Morcela Doce de Jarmelo

Descrição: Enchido tradicional feito à base de sangue de porco, pão, cebola, gordura de porco fundida e condimentos (sal, salsa e açúcar ou mel). Apresenta-se em dois formatos: longitudinal, com 20 a 25 cm de comprimento, 5,5 a 6,5 cm de diâmetro e 350 a 450 g de peso, e em forma de ferradura, com 35 a 45 cm de comprimento, 2,5 a 3,5 cm de diâmetro e 300 a 400 g de peso.

Região: Centro.

Particularidade: Enchido em tripa de porco, com cor muito escura, textura exterior bastante lisa e sabor adocicado. Tem forma longitudinal ou de ferradura. Quando cortado às rodelas, apresenta um aspeto homogéneo e compacto.

História: Este enchido é tradicional e destina-se a consumo regional. O formato, o sabor adocicado, a homogeneidade da pasta, etc., permitem aos conhecedores avaliar da genuinidade do produto. As Morcelas Doces são típicas da Beira Alta, pois em livros de cozinha de reconhecida idoneidade citam-se algumas delas, como é o caso das Morcelas Doces de Oliveirinha. Jarmelo está intimamente ligado aos «amores» de D. Pedro e Dª Inês de Castro, pois era «Senhor de Jarmelo» um amigo do rei que foi um dos autores do crime. D. Pedro não o pôde mandar matar mas mandou arrasar a vila, que só foi repovoada por D. Fernando.

Uso: Cozida e torrada na grelha da lareira ou frita serve de lanche; quando acompanhada de verduras ou batatas serve de entrada ou de prato principal.

Saber fazer: O pão é cortado às fatias e migado com o sangue. A esta massa junta-se a cebola alourada, a salsa picada e a gordura do porco fundida. Tempera-se com sal e açúcar ou mel. Enchem-se tripas de porco, que se atam nas extremidades, e vai ao fumeiro (com lenha de carvalho e de castanheiro) até estar curada.

Fonte: Produtos Tradicionais Portugueses, Lisboa, DGDR, 2001