Batata-Doce doa Açores

Descrição: É a raiz tuberculosa, comestível e de sabor adocicado da Ipamoea Batata (L.) Poir, também denominada batata da ilha.

Região: Região Autónoma dos Açores.

Particularidade: Forma piriforme, alongada, de cor arroxeada.

História: A cultura da batata-doce nos Açores foi introduzida desde o princípio do povoamento, como se pode concluir de uma notícia de Gaspar Frutuoso em Saudades da Terra, onde se lê: «... Também há nestas ilhas muitas batatas que se criam debaixo da terra em canteiros... as quais tiveram princípio nesta ilha em caza do dito Sebastião Pires, pelo modo que começaram as canas de açúquere; porque vindo à dita Vila Franca uma nau das Índias de Castella e recolhendo-se em sua casa alguns passageiros, deram a sua mulher umas batatas pequenas, delgadas e murchas... Dali começaram algumas pessoas a levar alguns raminhos que plantaram nos quintais, com que em pouco se forão multiplicando...».

Uso: A batata-doce é comida cozida, em sopas e em caldos, ou assada no forno, podendo neste caso ser servida como sobremesa. É costume fazer-se o chamado doce de batata-doce, com a batata cozida com açúcar, o que constitui uma receita muito apreciada. Numa notícia de Gaspar Frutuoso em Saudades da Terra pode ler-se, acerca da utilização dada à batata: «... e na mesma terra serve de mantimento à gente pobre e, de gulodice à rica comendo as batatas assadas ou cozidas».

Saber Fazer: A batata-doce propaga-se a partir de brolhos que se desenvolvem nos gomos adventícios dos tubérculos ou de pedaços de tubérculos. Os tubérculos são colhidos em dias claros de sol, quando bem maduros, procedendo-se a seguir à cura a uma temperatura de 26 a 32 ºC durante um tempo que depende da variedade. Após a cura conserva-se entre 7 e 13 °C.

Fonte: Produtos Tradicionais Portugueses, Lisboa, DGDR, 2001