Fedrisco

Descrição: Licor preparado com aguardente de vinho, álcool, plantas aromáticas e xarope de açúcar. Cor branca, aroma e gosto muito específicos, característicos das plantas que o compõem e que são o seu segredo. Apresentado em garrafas de vidro transparente, contendo 1 litro, rotuladas com a denominação do produto.

Região: Alentejo

Particularidade: Licor de cor branca e sabor específico, levemente anisado.

História: Concebido pelo Sr. Adelino Marques Brandão, um dos últimos trabalhadores da fábrica do falecido Fausto Mourão, «pai» e fabricante do desaparecido «Pedrisco» e empresário na cidade de Évora em tempos idos. «Todo o Eborense conhece (passe o reclamo) o Licor Fedrisco que, para além da semelhança de sabor e até de nome, é um sucedâneo do desaparecido "Pedrisco", cuja marca registada e não comercializada impossibilitou a continuidade desta bebida após a morte do seu fabricante, Fausto Mourão.» Curiosamente o «Pedrisco» surgiu ao que parece em idênticas circunstâncias, pois teve por origem o célebre «Granito», que começou a fabricar-se por volta de 1882, devido à iniciativa de um grande industrial eborense. Foi em 1873 que tudo começou, ao constituir-se em Évora a firma Ramos & Carvalho. Volvidos poucos anos, o já então apreciado «Granito» conquistava honrosa presença na Exposição Agrícola de Lisboa, ao ser laureado com medalha de prata, o que credibilizou no País esse ótimo estomacal que, segundo o jornalista alentejano João Rosa, já os frades da Cartuxa ofereciam, como requintado mimo, às visitas do convento. Embora a tradição oral (como citado pela Sr.ª D.ª Ana Mota Vacas) referencie estes licores ao anteriormente fabricado pelos frades Capuchos de Évora, não foi possível encontrar referências escritas. O aviso de concessão de registo da marca de bebida «Pedrisco» (n.° 12185) encontra-se publicado no Diário do Governo n.° 113, de 24 de maio de 1910.

Uso: Como digestivo, após as refeições.

Saber fazer: É o produto da destilação a fogo direto de uma mistura de álcool a 90°, aguardente e plantas aromáticas a que mais tarde se junta xarope comum (água e açúcar). O licor é então filtrado e engarrafado.

Fonte: Produtos Tradicionais Portugueses, Lisboa, DGDR, 2001