Migas de Batata / Migas de Batata com entrecosto
Tags: Alentejo

Descrição: Prato típico do Alentejo elaborado à base de batata cozida envolvida e cozinhada em parte da gordura resultante da fritura das carnes de porco, até se obter uma bola bem enxuta e consistente, com uma crosta exterior levemente dourada. Acompanha com a carne frita.

Características particulares: As migas de batata são uma das muitas versões desta receita tipicamente alentejana. Em vez de pão, são elaboradas com batatas cozidas, esmagadas e envolvidas no pingo, gordura resultante da fritura das carnes.

Região: Alentejo.

Ingredientes utilizados: Batatas, carne de porco (entrecosto e entremeada), alho, massa de pimentão e sal.

Modo de preparação: Tempera-se de véspera o entrecosto com os alhos pisados e a massa de pimentão. Cortam-se as carnes e fritam-se, em lume brando, de modo a derreter o máximo de gordura. Retiram-se e, na mesma gordura, frita-se um dente de alho. Adiciona-se um pouco de água. À parte cozem-se as batatas e esborracham-se ou passam-se por um passador. Junta-se o puré de batata ao pingo e mexe-se com a colher de pau, dando-lhe a forma de uma bola. Sacodem-se as migas, dourando as migas de batata em rolo. Servir com a carne à volta.

Saber fazer: Existem variantes desta receita: pode juntar-se calda de tomate ao pingo.

Formas de comercialização: Restaurantes.

Disponibilidade do produto ao longo do ano: Durante todo o ano.

Historial do produto: Com a chegada dos muçulmanos à Península Ibérica no início do século VIII, terá chegado também a açorda, quer entre os seus hábitos culturais e gastronómicos dos árabes, quer mesmo como costume divulgado na emulação do Profeta Maomé. Nos dois tratados conhecidos de culinária hispano-árabe da época, encontram-se várias receitas de pratos classificados como thurûd, açordas. Em algumas dessas receitas, o pão é tratado de forma a produzir um género de migas, ou seja, o pão é cozinhado de forma a produzir uma pasta (Rei, 2016).

Representatividade na alimentação local: Prato da vasta família das migas, presente em qualquer casa da região.

Fonte: DGADR, com base em "Cozinha Tradicional Portuguesa", Maria De Lourdes Modesto, 1982, Verbo Editora, “Cozinha Tradicional do Alentejo - a memória dos temperos", Maria Antónia Goes, 2014, Colares Editora, Carta Gastronómica do Alentejo - Monumenta Transtaganae Gastronómica (Confraria Gastronómica do Alentejo, 2013), e Rei, António (2016), A Açorda. Uma sopa de pão, da Alta Idade Média à atualidade, IEM /FCSH – Universidade Nova de Lisboa.