Descrição: É uma Iguaria espessa, de cor bege, com aroma suave a especiarias.
Características particulares: O uso do Vinha-d’alho.
Espécies, variedades ou raças: Predomina a carne de porco.
Informações complementares: Vinha-d’alho, (coiratos de porco em vinho tinto, sal e alhos durante 2 dias), forma de aproveitamento e como é curado.
Delimitação da área geográfica de produção: Concelho de Oliveira de Azeméis.
Ligação à paisagem natural: Todo o cultivo dos ingredientes deste prato está diretamente ligado à agricultura tradicional.
Ingredientes utilizados: Feijão branco ou manteiga, farinha de milho, nabiças, ossos de suã (ossos da espinha do porco), vinha-d’alho, sal q.b.
Modo de preparação: Dois dias antes, põe-se de molho, em vinho tinto, coiratos de porco com sal e alguns dentes de alho cortados. No próprio dia, coze-se o feijão (de molho desde o dia anterior). Entretanto, cortam-se as nabiças como se fosse para o caldo-verde. Quando o feijão estiver cozido, juntam-se-lhe os coiratos escorridos e os ossos de suã. Deixa-se cozer bem, juntando de seguida as nabiças.
Usando a água de cozer (em parte ou na totalidade), engrossa-se com farinha de milho, até se obter a espessura desejada, pois estas papas tanto podem ser ralas (leinas) como espessas, conforme o gosto de cada um, não esquecendo o tempero de sal. Assim que a farinha estiver cozida, serve-se em malgas de barro. Aguarda-se 5 a 10 minutos antes de as comer, de forma a ganhar uma capa um pouco dura.
As papas são confecionadas numa panela de ferro de três pernas.
Saber fazer: Quase todas em todas as casas de lavoura ou pessoas ligadas à agricultura tradicional sabem confecionar este prato.
Formas de comercialização: Não é comercializado devido à facilidade de confeção e aquisição de produtos.
Disponibilidade do produto ao longo do ano: Está disponível todo o ano.
Historial do produto: Papas de vinha-d’alho eram confecionadas e comidas em quase todas as casas de Oliveira de Azeméis, no dia 29 de setembro, dia do nosso padroeiro S. Miguel.
Há muitos e muitos anos, os lavradores e os seus caseiros que tinham terras de renda, pagavam a renda ou a maquia (tributo pelo uso e posse da terra arrendada), no dia de S. Miguel, seu Patrono (Padroeiro). Tradicionalmente nesse dia comia-se Papas de Vinha-d’alho as quais eram feitas com a primeira farinha de milho novo, os primeiros feijões e nabiças, assim como o vinha-d’alho,(coiratos do último porco, morto durante as colheitas, colocados em vinho tinto, muito alho e pimenta).
Representatividade na alimentação local: No seu historial nunca representou grande valor em termos comerciais, pelo contrário, foi indispensável no período pós-guerra 1914/18, constituindo a base da alimentação da população local.
Disponibilidade do produto: Começa a escassear o vinha-d’alho com cura tradicional.