Cereja de São Julião - Portalegre  DOP

Descrição: Este tipo de cereja é proveniente de cultivares resultantes do cruzamento da cerejeira brava (Prunus avium L.) com as variedades autóctones da zona de Portalegre. É uma cereja de cor preta, com acentuada pigmentação na polpa, bem visível ao corte e à mastigação, de sabor muito doce, forma redonda, pedúnculo comprido e com peso médio entre 5 a 8 gramas.

Método de produção: As características edafo-climáticas da região são de tal forma marcantes que proporcionaram a existência e desenvolvimento de uma variedade local de cereja. É esta variedade que, enxertada em cerejeira brava, origina uma cereja ímpar, cuja qualidade decorre ainda dos cuidados e dos usos locais, leais e constantes postos na sua cultura.
Não se associa a cerejeira a outras culturas ou à silvo-pastorícia. Executa-se uma lavoura em novembro, fevereiro ou abril e, em anos chuvosos, ainda uma em julho. Aplicam-se tratamentos fitossanitários em três épocas distintas de acordo com o estado fisiológico da árvore (início, meio e término da queda das folhas). Podem utilizar-se, nas adubações, adubos à base de fósforo, magnésio e boro. Executa-se uma poda em verde (junho) e uma poda de formação na primavera. A produção inicia-se na segunda quinzena de junho e prolonga-se até finais de julho, em zonas de maior altitude. A cereja é colhida diretamente da árvore, tendo-se em atenção o estado de maturação da variedade.

Área de produção: A área geográfica de produção está circunscrita aos concelhos de Marvão, Castelo de Vide e Portalegre.

História: Desde há muitos anos a esta parque que as gentes de S. Mamede descobriram a facilidade de adaptação desta fruteira ao nosso clima. Era comum ouvir falar de locais como Vale do Ródão, Ribeira de Nisa, Monte Carvalho e S. Julião, assim como de pessoas – José Mimoso, Batista Vaz ou Isidoro Maria Tavares Castelhano e muitos outros, todos eles produtores de cereja, como já eram os seus pais. O êxodo rural, o aumento do preço da mão de obra e a falta de compradores fizeram deteriorar-se e mesmo perder-se alguns pomares. No entanto, ainda é fácil encontrar exemplares com 30 e 40 anos que chegaram aos nossos dias e que continuam em produção.

Caderno de especificações (pdf)

Área geográfica