Figo Seco de Torres Novas

Descrição: O figo seco é rico em vitaminas B e C e contém elevados teores de sais minerais, especialmente cálcio, fósforo e potássio. É um excelente alimento energético apresentando um elevado valor calórico (274 calorias/100 kg). Associada a esta riqueza nutritiva, está o seu sabor peculiar, muito caraterístico e apetecível.

Figo Preto de Torres Novas — É a variedade mais representativa. O fruto é globoso, com calibre pequeno (100/110 figos/kg), apresentando alto teor em açúcar. Esta variedade, a mais representativa, possui, em seco, as seguintes características: humidade 22 a 24%, teor de açúcar 50 a 55%, celulose 5,8% e cinzas 3,2%.
Pingo de Mel — Fruto piriforme e de calibre médio, sendo o número de figos secos por kg compreendido entre 70 e 80 (23 figos frescos/kg). Epiderme amarelada. Polpa muito clara e muito doce.

Região: Lisboa e Vale do Tejo.

Particularidade: As variedades de figo seco, características desta zona do País, são o Figo Preto de Torres Novas e o Pingo de Mel. Estas variedades, bem adaptadas às condições edafo-climáticas, juntamente com a técnica de produção enraizada no povo torrejano, testemunham a relação inequívoca deste fruto com a região.

História: A produção de figo é uma atividade tradicional que remonta ao início do século. Foi por esta altura que começou a plantação massiva de figueirais em Torres Novas, como alternativa à vinha. Esta estava gravemente afetada pela filoxera, doença que dizimou grandes áreas desta cultura, facto que impulsionou a sua reconversão. Surgem assim vastos figueirais, predominando a variedade Figo Preto de Torres Novas que, bem adaptada às condições edafo-climáticas existentes, foi ganhando novos terrenos.

Uso: Habitualmente consumido como aperitivo, isoladamente ou associado a outros frutos secos, nomeadamente noz e amêndoa.

Saber fazer: As primeiras colheitas iniciam-se em meados de agosto, quando os frutos se apresentam maduros ou em estado de meia-pasta. Na secagem utilizam-se tabuleiros de madeira, devidamente protegidos do orvalho, assim como da traça. Após secagem natural, o figo vai sendo retirado, efetuando-se nesta altura uma primeira escolha, que consiste na separação dos frutos conforme o seu tamanho e qualidade, retirando-se os defeituosos ou parasitados.

Fonte: Produtos Tradicionais Portugueses, Lisboa, DGDR, 2001