Folar de Vouzela

Descrição: O Folar de Vouzela é um bolo de massa doce leveda, em forma de ferradura. A crosta é fina e dourada e o interior é fofo, com um recheio de manteiga e açúcar granulado.

Características particulares: Bolo do tipo folar, com massa rica em ovos e manteiga e recheio intenso de açúcar granulado e caramelizado.

Região: Vila de Vouzela e outras localidades próximas.

Ingredientes utilizados: Farinha, ovos, açúcar, manteiga, fermento de padeiro.

Modo de preparação: Colocar a farinha em cima de uma mesa e abrir um buraco no meio. Adicionar a manteiga, o açúcar, os ovos inteiros e o fermento. Amassar a massa, sem que fique muito dura e coloca-la a levedar por duas horas. Depois de a massa ter repousado, estende-se de uma só vez ou dividida em partes iguais (dependendo do tamanho ou peso que se desejar para os folares). A massa estendida deverá ficar com o formato de um círculo. No centro da massa espalham-se montinhos de açúcar e manteiga (a gosto) que irá formar o recheio do folar. Dobra-se a massa a meio sem achatar, deixando a parte de baixo ligeiramente maior, e dá-se o formato de ferradura ao folar. Pode pincelar-se o folar com um pouco de água e distribuir açúcar por cima. Descansa novamente, por uma hora. O tempo de cozedura dependerá do forno e do tamanho do folar. O folar cozido deverá ficar com um aspeto dourado escuro.

Saber fazer: É um bolo doce, de amassadura, que tem como característica principal serem as unidades, depois de enroladas e alongadas, vincadas e dobradas ao meio, intercalando açúcar entre si.

Formas de comercialização: Padarias e pastelarias da região.

Disponibilidade do produto ao longo do ano: Apesar de a procura aumentar na época pascal, o folar é regularmente consumido ao longo do ano.

Historial do produto: O seu fabrico e consumo são conhecidos na região desde o séc. XIX, não se afastando a possibilidade de já existir antes dessa data. Julga-se que a receita originária tem origem no receituário do convento de freiras Clarissas, localizado na antiga rua das Eiras, na cidade do Porto.
Tradicionalmente, o folar de Vouzela era confecionado na semana da Páscoa, pelas doceiras locais, sob encomenda das famílias mais abastadas. As doceiras eram pagas pela mão-de-obra e os ingredientes eram fornecidos pela família que os encomendava. Os folares destinavam-se a ser oferecidos, pelas madrinhas aos afilhados, no Domingo de Páscoa, em retribuição do ramo ofertado por estes no Domingo de Ramos.

Representatividade na alimentação local: Para além de ser uma presença obrigatória na mesa pascal, pode fazer parte de uma refeição ligeira ou servido como sobremesa, simples ou acompanhado de queijo ou manteiga.

Fonte: DGADR, com base em elementos cedidos pela FPCG e no livro Produtos Tradicionais Portugueses, Lisboa, DGDR, 2001

Foto: Produtos Tradicionais Portugueses, Lisboa, DGDR, 2001