Arroz de Cabidela

Delimitação da área geográfica de produção: Valongo, Gondomar, Santa Maria da Feira, Oliveira de Azeméis e Albergaria-a-Velha.

Ingredientes utilizados: Frango caseiro (de preferência galo); cebolas; azeite; alho; sal; pimenta; vinagre; vinho tinto; louro; presunto.

Modo de preparação: Mata-se o frango na véspera e aproveita-se o sangue para a tigela com o vinagre e o vinho tinto. Parte-se em pedaços só depois de frio e tempera-se com bastante alho, sal e o louro. Faz-se o refogado com o azeite e a cebola, junta-se o frango, as tiras de presunto e deixa-se alourar. Vai-se acrescentando água, pouco a pouco. Quando o frango estiver a ficar cozido, junta-se a água necessária, previamente aquecida, e depois o arroz. Coze durante 10 minutos, adicionando então o sangue e deixa-se cozer durante aproximadamente 5 minutos ou menos. Retificam-se os temperos e serve-se de imediato.

Historial do produto: O Arroz de Cabidela, muito difundido na região minhota, prende-se com as longínquas raízes de uma economia agrícola associada a criação de aves de capoeira e pequena pecuária, utilizado como “mimo gastronómico”em dias de festa, ou para superar dificuldades económicas através da sua troca entre vizinhos, por produtos que estivessem em falta doméstica ou em venda nas feiras e mercados mais próximos. A produção dos ovos era um importante recurso complementar a criação avícola. A grande divulgação do arroz de cabidela deve-se também ao facto de ser um prato de fácil execução, que chega para muitos comensais, sobretudo quando é “malandro” e por não exigir a compra de ingredientes dispendiosos, já que bastava ir ao quintal para se ter acesso ao galináceo.

Fonte: Receitas e Sabores dos Territórios Rurais, MINHA TERRA, 2013