Figo Seco do Douro

Descrição: Figo produzido em pomares estremes ou em árvores dispersas, mas sempre em sequeiro, sem recurso a tratamentos fitossanitários e sem aplicação de herbicidas. Têm um teor elevado de açúcar e pesam cerca de 10 g.

Região: Norte.

Outras denominações: Figo das Chãs. Figo da Terra Quente. Figo da Vilariça.

Particularidade: Figo seco ao sol, de forma oblonga e de cor preta ou branca.

História: Desconhece-se a época em que os figos começaram a fazer parte da alimentação em Trás-os-Montes. No entanto, segundo a descrição de uma feira medieval, os figos já eram consumidos em 1286: «... os almocrebes de Trancoso e Foz-Côa também bieram, uns com as notícias do casamento D'El Reo, outros com os figos e amêndoas da Terra Quente». Em 1959, o cónego Marrana, a propósito de uma lenda, conta que «... entretanto olhou para a figueira, que na altura ostentava lindos e maduros figos... no entanto, receava que o facto de não satisfazer o desejo que sentia dos figos, pusesse obstáculo a um feliz parto... encontrou na pedra da soleira da porta principal, uns poucos de figos, lindos e apetitosos, que Nossa Senhora lhe mandou de presente».

Uso: Outrora os figos secos serviam de «peguilho» (conduto) para acompanhar o pão. Serviam também para matar o bicho (dejejum), acompanhados com um copo de bagaço. Hoje comem-se como sobremesa ou merenda, acompanhados de outros frutos secos.

Saber fazer: Depois de colhidos, os figos maduros são postos a secar ao sol durante 3 a 4 dias, após o que são sujeitos a um escaldão. Deixam-se escorrer e estendem-se ao sol para assim terminar a secagem, eliminando toda a humidade. Podem também misturar-se com farinha de trigo, com a finalidade de absorver alguma humidade que os figos ainda contenham.

Fonte: Produtos Tradicionais Portugueses, Lisboa, DGDR, 2001