Bolo Podre

Descrição: Bolo feito com farinha, mel, açúcar, azeite, ovos, aguardente, canela, casca de laranja e cravinho-da-Índia (facultativo). Amêndoas para decorar.

Região: Alentejo

Particularidade: Bolo grande, redondo, de cor castanho-amarelada, com sabor a mel e azeite e com a superfície normalmente decorada com amêndoas.

História: É um bolo que, apesar de cozido em forno quente, requer um tempo de cozedura prolongado. Antigamente era fabricado com farinha de rolão (farinha com farelo) e cozido em forno de lenha após se ter efetuado a cozedura (semanal) do pão. É um bolo que se conserva durante muito tempo em recipientes fechados. Será que desse tempo prolongado de conservação provém a designação de «podre»? Como a maior parte dos bolos da cozinha alentejana, leva especiarias, canela e eventualmente cravinho. É referenciado como receita pertencente às freiras Carmelitas do Convento de N.ª Sr.ª da Esperança, fundado em 1541. No rico Convento de Santa Clara fabricava-se já este doce, cerca do ano 1825.

Uso: Como guloseima, comido às fatias a qualquer hora do dia e como sobremesa.

Saber fazer: Batem-se as gemas com o açúcar e depois com o azeite, o mel, a aguardente, a raspa da casca de laranja, a farinha, a canela e, finalmente, as claras batidas. Vai ao forno em forma de lata, de preferência recortada, bem untada com azeite para que o gosto do bolo não seja adulterado pela presença de outra gordura. Pode decorar-se a superfície da massa do bolo com amêndoas enfarinhadas para não irem ao fundo.

Fonte: Produtos Tradicionais Portugueses, Lisboa, DGDR, 2001