Pão de Mafra

Descrição: O Pão de Mafra, na sua caracterização física é um pão de textura macia ao tacto, tanto na côdea como no seu interior. Normalmente, o miolo possui pouca densidade e poderá apresentar grandes buracos ou alvéolos devido ao tipo de fermentação. Este pão pode ser comercializado com a forma de pão redondo, comprido ou bolinhas. Na caracterização química, uma das características diferenciadores deste pão é a sua grande quantidade de humidade relativa, que poderá variar entre 32% a 40% e um consequente baixo teor de acidez, o que lhe confere características organoléticas especificas tais como o cheiro e o paladar.

Características particulares: Pão com características únicas, nomeadamente de textura macia ao tato, tanto na côdea como no seu interior, com um miolo pouco denso e que poderá apresentar grandes buracos ou alvéolos, possuindo uma grande humidade relativa e um baixo teor de acidez.

Delimitação da área geográfica de produção: Concelho de Mafra

Ligação à paisagem natural: A relação do “Pão de Mafra” com o Concelho de Mafra, tem origem principalmente na sua reputação histórica e comercial reforçada ao longo do século XX, pelas populações das grandes cidades que deram preferência a este pão, diferenciando-o e reconhecendo-o pela sua origem geográfica. No entanto também existem alguns fatores específicos do produto que se devem à sua origem.

Historial do produto: O fabrico de Pão de Mafra, até à segunda metade do século XX, permaneceu uma atividade primordialmente doméstica e artesanal feito pelas mulheres nas suas casas, inicialmente com cereais da região, o que lhe conferia um sabor intenso e distintivo, um pouco salgado até, devido à proximidade do mar e dos ventos fortes. Para além do cultivo, a própria moagem era feita nos inúmeros moinhos de vento e mós de pedra que ainda hoje povoam a paisagem do concelho de Mafra.
A venda deste pão, na origem chamado de saloio, era já conhecida, pelas ruas de Lisboa, desde a idade média, pois uma das origem do nome “saloio” provem de um imposto que os “mouros” que viviam nas imediações de Lisboa pagavam para vender o seu pão, na cidade, segundo o autor Gentil Marques na sua obra “O pão, as padeiras e os padeiros”. Este pão saloio contrastava na sua propriedade física com o pão tipo francês, que provinha de farinhas mais finas produzido nas padarias da capital.
No entanto só em meados do século passado é que o Pão de Mafra consegue diferenciar-se do pão saloio com características próprias e distintas. Esta distinção inicialmente era feita pelos comerciantes de Lisboa que vinham ao concelho de Mafra abastecer-se de produtos hortícolas e também levavam sempre um pouco de pão. Este pão era feito de uma forma caseira e rápido, sendo mais macio e adocicado, por ter mais água e menos fermento, era mais apreciado que o pão saloio, começou a ganhar reputação e a ser chamado com o nome da sua proveniência, Mafra. De forma a provar esta distinção, em 2008, foi elaborado um estudo científico, por Patrícia Silva Ribeiro, do Instituto Superior de Agronomia, onde foram analisados vários pães do concelho de Mafra e dos arredores, chegando à conclusão que existe uma diferenciação entre amostras das regiões limítrofes em relação às do concelho de Mafra, nomeadamente no sabor a fermentado e na atividade da água.

Disponibilidade do produto: Todo o ano.

Fonte: Associação do Comércio, Indústria e Serviços do Concelho de Mafra (ACISM)