Região: Norte.
Particularidade: Bolo retangular, de cor muito amarela e polvilhado com açúcar em pó.
História: João Luís Teixeira Fernandes diz-nos o seguinte: originários da gastronomia conventual, estes doces são, de facto, uma herança das freiras Beneditinas que durante séculos estiveram instaladas num mosteiro existente nesta vila até finais do século XIX. O segredo de fabrico foi granjeado pela exímia Sr.ª D.ª Serafina Rosa Alves, empregada doméstica naquele convento, sendo ainda hoje religiosamente guardado pela sua neta Sr.ª D.ª Hermínia Alves, atual proprietária da Casa das Queijadas». Em 1992, António Luís Pinto da Costa escreveu: «O convento deixou-nos um bom receituário, que infelizmente se vai perdendo. As pessoas detentoras do segredo vão-se finando...», continuando a afirmar «... o Toucinho-do-Céu, única iguaria a oferecer a Jesus Cristo, se acaso ele voltasse a este mundo, diziam...»
Uso: Comido a qualquer hora do dia, sendo muito apreciado como sobremesa.
Saber fazer: O açúcar vai ao lume com um copo de água até ficar em ponto de fio. Junta-se o doce de gila e, um pouco depois, as amêndoas raladas bem enxutas. Ferve até ficar em ponto de espadana ralo e retira-se do lume. Deixa-se arrefecer um pouco e juntam-se as gemas. Num tabuleiro untado, espalha-se a farinha, deitando-se depois o doce, que vai ao forno a secar. Depois de frio, polvilha-se com açúcar em pó.
Fonte: Produtos tTradicionais Portugueses, Lisboa, DGDR, 2001