Bolo de Tacho de Monchique

Descrição: Bolo de cor muito escura, compacto, cilíndrico e com altura e diâmetro variáveis, conforme a dimensão do tacho em que é feito. O bolo é preparado com farinha de milho, açúcar, mel, banha, chocolate, erva-doce, canela q. b., café, azeite e raspa de limão que baste.

Região: Algarve.

Outras denominações: Bolo de maio.

Particularidade: Bolo escuro, compacto, cilíndrico e com forma de tacho.

História: Este bolo liga-se à tradição culinária das famílias agrícolas. Tem origem na época medieval. A receita foi aperfeiçoada no Convento de Nossa Senhora do Desterro (fundado em 1631) e dinamizada pelos frades Franciscanos. O bolo era consumido em passeios pelos campos, sendo também hábito oferecê-lo a quem se visitasse.

Uso: Consome-se muito especialmente no dia 1 de maio (Dia de maio), acompanhado com aguardente de medronho. A tradição de maio reflete-se na própria linguagem. Diz-se, por exemplo, ir «desmaiar» ao campo. «Ataca-se o maio», o que significa que logo pela manhã se come uma fatia de bolo com um copo de aguardente, «para o Maio não entrar». Como as receitas, de família para família, têm segredos próprios, o costume do 1 de maio era que as vizinhas trocassem entre si os seus bolos e decidissem qual era o melhor.

Saber fazer: Num alguidar coloca-se a farinha de milho, o açúcar, o mel, a banha, o chocolate, a erva-doce, a canela, a raspa de limão e o sal. Escalda-se a farinha com uma mistura de café muito forte e água, em partes iguais. Mexe-se muito bem até ficar homogénea. Junta-se o azeite e deixa-se repousar até ao dia seguinte. Nessa altura, unta-se um tacho com banha, cobrindo-se o fundo com azeite, e despeja-se a mistura. Cobre-se com azeite e vai ao forno a cozer.

Fonte: Produtos Tradicionais Portugueses, Lisboa, DGDR, 2001