Doçaria Fina do Algarve

Descrição: Os bolos têm cerca de 4 a 5 cm de diâmetro, cor branca suja e textura granulada. São preparados com uma massa feita com partes iguais de amêndoa ralada açúcar, levando i ou 2 claras de ovo para ligar. O recheio é doce de ovos moles e feito com açúcar. Os bolos pesam cerca de 50 g.

Região: Algarve

Outras denominações: Queijinhos. Frutos do Algarve. Doces de Amêndoa.

Variantes: Apresentam-se sob a forma de queijos, presuntos, enchidos, frutos divergi cestos, etc., enfeitados com corantes ou chocolate.

Particularidade: A maior particularidade destes doces é a sua apresentação espantosa, já que imitam na perfeição os mais variados frutos e produtos hortícolas, queijos inteiros ou em fatias, etc. A sua confeção exige enorme perícia e muitas horas de trabalho especializado, face ao grau de perfeição atingido.

História: Entre os doces do Algarve, não há escolha... O melhor é prová-los todos e escolher se for capaz. São típicos os pequenos bolos, feitos com massa de amêndoa e recheados com doce de ovos, que se pensa serem de origem árabe. julga-se que são originários da doçaria conventual e que se tornaram tradicionais no Algarve por esta região ser importante produtora de amêndoa. Embora estes doces sejam vendidos em todo o Algarve, a sua história e fama estão muito ligadas a uma antiga pastelaria algarvia, e muito especialmente aos seus proprietários. Assim, embora a pastelaria só tenha aberto as suas portas ao público há cerca de 70 anos, a primitiva proprietária já era conhecida como doceira famosa muito antes dessa data. A sua fama atual é de tal ordem, que é a esta casa que se recorre quando, por ocasião de grandes banquetes de Estado, se quer apresentar uma obra de arte doceira (como, por exemplo, aquando da visita da rainha Isabel ou do Papa a Portugal). Em 1918 os doces já são referidos e, hoje em dia, quem quer que vá a Portimão não deixa de passar pela Pastelaria Almeida, quanto mais não seja para apreciar a arte da sua decoração.

Uso: Como guloseima apreciada e também como delicado presente para se levar de recordação aos amigos.

Saber fazer: Rala-se a amêndoa muito bem e mistura-se com açúcar e clara de ovo até ficar maleável. Fazem-se bolas, abrindo uma cavidade para meter os ovos moles. Moldam-se de novo as bolas, arredondam-se e por fim dá-se uma pancada para achatar e dar a forma de queijo ou a forma que se pretende. Acrescentam-se os enfeites requeridos pela peça que se está a preparar, como minúsculas raízes, folhas, caules, etc., também preparados com a massa de amêndoa. Antigamente, e por se não usarem corantes, as formas mais vulgares eram os queijos, os presuntos e algumas outras peças que se pudessem representar apenas com a adição de um pouco de chocolate ou queimando a superfície do doce. Feitos os doces, passam-se por açúcar em pó e colocam-se em caixinhas de papel frisado.

Fonte: Produtos Tradicionais Portugueses, Lisboa, DGDR, 2001