Cernelha

Descrição: Bolos pequenos constituídos por uma caixa de massa muito fina recheada com uma pasta feita com requeijão, açúcar, ovos e manteiga. O peso é cerca de 35 g.

Região: Alentejo

Outras denominações: Cernelha de Montemor.

Variantes: Queijada de Montemor.

Particularidade: Pequenas formas de massa muito fina, recheadas com uma pasta muito doce feita à base de requeijão. A variante Queijada de Montemor é feita com queijo fresco de ovelha.

História: A verdadeira queijada alentejana era confecionada originalmente com queijo de ovelha fresco (que só existe de janeiro a julho). Há cerca de 35 anos um pasteleiro de Montemor, de nome Sampaio, resolveu alterar a receita para que houvesse doce em todas as épocas, substituindo o queijo de ovelha por requeijão que se conserva refrigerado todo o ano. Inicialmente o pasteleiro chamou-lhes Repimpões, nome que foi substituído por Cernelhas por sugestão de uma senhora muito influente na região, D.ª Isabel Branquinho, já falecida. A cernelha é uma palavra que designa uma maneira especial de pegar o touro (com dois forcados apenas, pegando um o touro de lado e o outro pelo rabo). Daí surgirem algumas quadras da autoria da Sr.ª D.ª Maria Helena Bote: «Forcados de Montemor... / ... são bons na pega de caras / E exímios são na Cernelha... / Mas confesso e não engano, / Nem desta verdade saio; / Cernelhas em todo o ano / Só no café do Sampaio.»

Uso: Guloseima que se consome como sobremesa e em restaurantes de cozinha tradicional.

Saber fazer: Faz-se uma massa com farinha, gordura, um ovo e água tépida temperada com sal. Esta massa, para forrar os bolos, deve ser muito sovada para ficar com a elasticidade e a textura típicas. Estende-se com um rolo e cortam-se rodelas com 8 cm de diâmetro para forrar as formas. Com os restantes ingredientes faz-se um preparado com que se recheiam as formas. Vão a cozer em forno.

Fonte: Produtos Tradicionais Portugueses, Lisboa, DGDR, 2001