Pão Sovado

Descrição: Pão de côdea lisa e miolo muito fechado e regular, típico do processo de sovagem a que a massa é submetida. Apresenta-se com forma e pesos variados consoante as regiões onde é produzido. As formas mais comuns em que se apresenta são: Bicas (pequenas unidades acabadas em bico com um corte longitudinal); Regueifinhas (unidades com cerca de 0,5 kg de massa com forma de caracol); Regueifas (dois cacetes com dois palmos de comprimento, entrançados, com a forma final de argola entrançada e a superfície enfeitada com rosquinhas, argolas e folhas); Calo (massa alongada cujas extremidades são juntas no meio e vincadas com a mão em cutelo); Redondo (massa espalmada em bolacha em cuja superfície se faz um quadrado).

Região: Norte.

Outras denominações: Pão Arregueifado.

Variantes: Pão redondo (nas zonas raianas da Beira Alta). Pão de calo (na zona do Baixo Alentejo e Algarve).

Particularidade: Pão obtido a partir de massa muito dura, a qual para ser ligada tem que ser comprimida através de instrumentos apropriados (atualmente designados por cilindros sovadores).

História: A história do fabrico deste pão é muito antiga em Portugal. Datados do início de Portugal como nação, encontram-se instrumentos utilizados para o fabrico deste pão (cutelo de madeira rija ligado a uma tábua também de madeira, funcionando o cutelo como alavanca para ligar a massa). Na Idade Média, para o mesmo fim, usavam-se rolos de madeira movimentados por um sistema de rodas dentadas. Atualmente a madeira foi substituída por rolos metálicos. Este pão, dada a sua grande conservação, foi utilizado pelos navegadores portugueses, que o consumiam sob a forma de bolacha ou de cacete, posteriormente cortado às rodelas e tostado.

Uso: Consumido ao pequeno-almoço e nas refeições intercalares. É muito vulgar ver as pessoas, em dias de festa e de romaria, com as Regueifas enfiadas no braço. É costume os afilhados oferecerem-nas aos padrinhos pela Páscoa.

Saber fazer: Prepara-se uma massa de pão com farinha, sal (em pequena quantidade) e cerca de metade da água usualmente empregada para fabricar a massa de pão. Deixa-se levedar e sova-se a massa para retirar a maior parte do gás produzido. Com este objetivo divide-se a massa em unidades pequenas que se rolam a fazer cacete (ou se comprimem com cilindros) a partir do qual se tendem os pães com os diferentes formatos.

Fonte: Produtos Tradicionais Portugueses, Lisboa, DGDR, 2001