Perrexil

Descrição (dimensões, cor, aroma, textura): Planta lenhosa, baixa e muito ramificada, formando moitas de até 50cm de altura, com folhas carnudas, verde vivo, com flores amarelo esverdeado, que atingem o verde viçoso pelo Verão, nos meses de agosto e setembro, altura ideal para a apanha. Produz um curtume obtido das folhas da planta com um paladar sui generis, de sabor entre a noz-moscada e o eucalipto, que acompanha pratos de peixe e carne.

Delimitação da área geográfica de produção: Ilha Terceira. Açores.

Ligação à paisagem natural: O habitat natural, situa-se no litoral, abaixo dos 100 m, fortemente expostos á brisa marítima salgada. A parte aérea morre no Inverno rebentando no ano seguinte.
Ingredientes utilizados: Perrexil; cebolinha; pimento vermelho; sal e vinagre.

Modo de preparação: Separar a flor da planta, deixando somente as folhas a reservar. Lavar as folhas, mergulhando-as em água por algum tempo para lhes retirar alguma sujidade e reservar. Descascar a cebolinha e reservar; cortar o pimento em tiras finas e reservar. Preparar os recipientes para conserva (frascos). Escorrer as folhas do excesso de água, e separá-las em pequenos galhos com três ou quatro folhas cada e reservar. Colocar os galhos dentro dos frascos, adicionar a cebolinha e o pimento vermelho, borrifar com um salpico de sal grosso. Encher os frascos com vinagre de vinho e fechar. O curtume está pronto a consumir quando a planta atingir a tonalidade verde azeitona, ou seja, um verde desmaiado, o que acontece entre os 15 e 30 dias, mínimo/máximo; retirar do recipiente e passar por água corrente.

Formas de comercialização: Não é fácil encontra-lo, comercializável, no comércio local. Sendo sobretudo utilizado como conserva tradicional feito para consumo do lar. Alguns proprietários de equipamentos de restauração confecionam para consumo nos seus espaços.

Historial do produto: Quase todos os apontamentos de “ervas” remontam a épocas de menos abundância e de algumas dificuldades alimentares. Outros, porém, não tão declaradamente assim mas mais como complemento ou “engano”, ganharam espaço no quadro da alimentação nas ilhas. O Perrexil, é uma planta endémica da Macaronésia e Europa Ocidental, que se encontra em toda a costa marítima portuguesa, assim como nas Ilhas dos Açores, Madeira e Canárias, costa atlântica da Europa, costa mediterrânica e mar Negro. As folhas comestíveis desta planta, ricas em vitamina C, eram usadas pelos navegadores, para prevenir o escorbuto. Actualmente é usado na composição de saladas, sopas, ou em curtume como é hábito nas Ilhas do Grupo Central dos Açores.

Outras designações:Crithmum maritimum”, Funcho ou Perrexil-do-Mar.

Fonte: Federação Portuguesa das Confrarias Gastronómicas