Tremoço

Descrição: O Tremoço é o fruto do Lupinus albus L. É uma leguminosa anual, de 80 a 150 cm de altura. Muito consumido como acompanhante da cerveja, depois de demolhado e salgado.

Região: Alentejo.

Particularidade: Tremoço salgado.

História: Outrora, o Tremoço era espontâneo em Portugal. Atualmente semeia-se em parte para voltar a enterrar ou para ensilar, como forragem para o gado. Tem, contudo, um grande consumo nas cervejarias, servindo de aperitivo para a cerveja. Diz-se em Portugal que o Tremoço é o «marisco dos pobres». Também em certas zonas do centro do País, costumam os noivos, nas proclamas dos casamentos, oferecer aos amigos vinho e tremoços. Diz a lenda que habitantes condenados a abandonar a sua terra encontraram um campo com grandes arbustos de tremoços que lhes deram abrigo. Quando começou a ser povoação, os habitantes pediram ao rei que lhe desse foral e que nas armas da povoação figurassem as únicas coisas que tinham encontrado (sol, lua, estrelas e tremoços) e que lhe fosse dado o nome de Estremoz.

Uso: Como aperitivo ou como petisco, a qualquer hora do dia.

Saber fazer: A cultura é, em geral, uma cultura de sequeiro. Semeia-se aquando das primeiras chuvas outonais, variando o espaçamento e a profundidade consoante o Tremoço se destina a adubo fresco ou a ensilar. Em Portugal, em sequeiro, floresce tardiamente, em outubro, tendo suportado extremamente bem a terrível seca do verão. Para preparar o Tremoço comestível, procedem-se a várias operações tendentes a retirar-lhe o sabor amargo, característico da presença de um alcalóide com propriedades venenosas. Mergulha-se em água a ferver, retira-se a água e fica de molho em água com sal. Repetem-se estas operações até que o Tremoço não apresente amargor. Mantém-se mergulhado em água com sal, sendo escorrido na altura de ser usado. Os Tremoços são acondicionados em embalagens de 5 kg, em vácuo.

Fonte: Produtos Tradicionais Portugueses, Lisboa, DGDR, 2001