Melão “Casca de Carvalho”

Descrição: Fruto grande (3 a 5 kg), alongado ou oblongo, de polpa mais ou menos fibrosa e cor esverdeada, amarelada ou avermelhada (dado que não é uma variedade estabilizada), pouco doce e com a indispensável característica do sabor apimentado com libertação de gás.

Região: Norte.

Particularidade: Fruto pouco doce, apimentado e com libertação de gás carbónico. A casca apresenta-se com o aspeto da casca de carvalho (reticulada e fendilhada), dai lhe advindo o nome por que é conhecido.

História: Cultura tradicional na região e com enorme procura no mercado onde atinge preços três a quatro vezes superiores ao de outros melões. A primeira referência a este melão vem, um pouco pela negativa, de J. Vieira Almeida quando se refere a um infestante, o Fusarium Oxysporum, que infecta este melão. É, pois, uma cultura de alto risco, o que leva muitos agricultores a dela se desinteressarem. Contudo, tem um largo consumo por ser um melão completamente diferente de todos os outros do Pais.

Uso: Extremamente apreciado como aperitivo ou refrescante após as refeições.

Saber fazer: Embora não existindo uma verdadeira rotação de culturas, todos os agricultores procuram distanciar o máximo possível no tempo os locais destinados à sua cultura, para evitar possíveis contaminações pelo Fusarium. A preparação do terreno começa com uma lavoura e, nalguns casos, a adubação de fundo e a calagem são incorporadas com a gradagem. A seguir abrem-se as valas com cerca de 40 cm de largura e 40/50 cm de profundidade. A mistura de terra e estrume muito bem curtido deve encher a vala de modo a deixar apenas 5 cm livres, espessura destinada a deitar a semente. A sementeira estende-se de meados de abril a meados de maio. A colheita, que se faz duas vezes ao dia, vai de agosto a meados de setembro. Verifica-se o grau de maturação por um toque. Diz-se que este melão tem dia e hora próprios para ser consumido. A razão deste ditado refere-se ao facto de que só são bons bem maduros e se estão maduros demais rebentam devido à pressão interior exercida pelo gás carbónico. O seu rebentamento na altura da colheita é um sinal da sua excelência. Se rebentar antes de completamente maduro, é uma enorme perda para o agricultor.

Fonte: Produtos Tradicionais Portugueses, Lisboa, DGDR, 2001