Bolo Podre

Descrição: Cor exterior castanha, interior amarelo e textura fofa com alguma humidade.

Características particulares: É um bolo de azeite, pouco doce e a sua confeção é semelhante à do pão. Conserva-se sem grandes cuidados, durante cerca de dez dias.

Região: Concelho de Castro Daire.

Ingredientes utilizados: Farinha de trigo, açúcar, ovos, azeite, manteiga, banha, fermento de padeiro, canela e sal.

Modo de preparação: Deita-se a farinha na masseira e mistura-se o açúcar e a canela. Faz-se uma cova ao meio e despeja-se dentro o fermento, previamente desfeito num pouco de água morna. Mexe-se tudo muito bem e, enquanto se vai mexendo, vão-se misturando os ovos, um a um. Amassa-se, então, muito bem, como se amassa o pão, até a massa se separar das mãos. De seguida, aquece-se a banha com a manteiga e o azeite (gorduras) e junta-se ao preparado anterior, pouco a pouco, até a massa se separar das mãos. Deixa-se levedar cerca de 3 a 4 horas (até “ficar podre”) e tende-se de seguida, em formato de bolas médias, não esquecendo de fazer um corte em forma de cruz. A seguir levam-se a cozer no forno.

Saber fazer: A massa tem que ser bem amassada, ou seja, deve ficar com uma consistência elástica e homogénea, descolando-se das mãos.

Formas de comercialização: Padarias e pastelarias da região.

Disponibilidade do produto ao longo do ano: Disponível ao longo de todo o ano.

Historial do produto: No “Livro de Cozinha” da Infanta D. Maria de Portugal (manuscrito de finais do séc. XV), é referido uma receita de biscoitos que muito se assemelha à receita do bolo podre. Por imposição dos tempos não levava ovos, apenas vinho branco e água-de-flor-de-laranja.

Representatividade na alimentação local: Com uma forte tradição familiar, a sua confeção está intimamente ligada à Páscoa.

Fonte: Federação Portuguesa das Confrarias Gastronómicas

Foto: Cedida pela Confraria do Bolo Podre e Gastronomia do Montemuro