Sericaia de Elvas

Descrição: Doce feito com ovos, farinha, leite, açúcar, canela e casca de limão.

Região: Alentejo.

Outras denominações: Siricaia. Sericá. Cericá.

Particularidade: Doce cozido no forno e que parece constituído por uma camada superior de claras dispostas às colheradas desencontradas e que apresenta rachas. O doce é vendido com o prato em que vai ao forno.

História: D. Constantino de Bragança, que no século XVI governou a Índia, trouxe do Oriente a receita deste doce. Era tradicionalmente levado ao forno em pratos de estanho, que ainda se encontram nas velhas casa senhoriais. Atualmente foram substituídos por pratos de faiança. Quem tinha boa baixela e de rica apresentação, aproveitava-a para cozer e servir a Sericaia. Antigamente era cozido em forno de padeiro, de lenha, pois era o único que garantia a temperatura alta indispensável para que a cobertura do doce abrisse fendas. Uma das pastelarias, citada nos contatos, fabrica este doce desde os princípios do século XX. Nos anos 50, num concurso nacional organizado pela Radiotelevisão Portuguesa e pelo Secretariado Nacional de Informação, a Sr.ª D.ª Maria do Carmo B. e Almeida foi classificada em 2° lugar com a feitura deste doce.

Uso: Como sobremesa e guloseima, acompanhado de ameixas d' Elvas confitadas e escorridas. É indispensável em alturas festivas.

Saber fazer: Batem-se as gemas com o açúcar, junta-se a farinha diluída no leite, que foi previamente fervido com casca de limão e canela. Coze-se e juntam-se as claras batidas. O preparado é deitado às colheradas num prato de ir ao forno, alternando cada colherada disposta transversalmente no prato com outra colocada no sentido longitudinal. Coze em forno bem quente para abrir fendas. Comercialmente, apresentam-se em pratos de faiança de três tamanhos.

Fonte: Produtos Tradicionais Portugueses, Lisboa, DGDR, 2001