Tiborna de Vila Viçosa

Descrição: Doce apresentado envolto em papel de seda recortado em forma de renda, composto por amêndoa, gemas de ovos, pão, doce de gila, açúcar e canela. Tem a forma de uma calote esférica baixa, coberta com fios de ovos e decorada com frutas cristalizadas ou pérolas doces prateadas. Apresenta-se em diferentes tamanhos, sendo o mais tradicional o que tem entre 0,5 e 1 kg. No entanto, por se tratar de um doce muito afamado, embora dispendioso, há quem o fabrique em tamanho pequeno, isto é, doces com cerca de 5 a 6 cm de diâmetro.

Região: Alentejo.

Outras denominações: Tiborna de ovos de Vila Viçosa. Tiborna Grande. Tiborna de ovos do Convento da Esperança.

Particularidade: Doce com forma arredondada, constituído por uma camada de massapão de cor praticamente branca, recheada com doce de ovos, fios de ovos e doce de gila.

História: Trata-se de um doce conventual muito usado em banquetes no Palácio de Vila Viçosa (palácio real a partir do século XVII). Julga-se que eram confeccionadas, sob segredo, por freiras de um convento próximo, o Convento das Chagas de Vila Viçosa, pois só no século XIX a sua receita foi divulgada. No entanto, num livro publicado no século XVIII já apareceram referências a este doce. Em livros mais modernos fala-se deste doce como património do receituário do Convento da Esperança de Vila Viçosa.

Uso: Como sobremesa e gulodice. Dada a sua categoria e apresentação, as Tibornas eram presentes de honra quando se desejava homenagear alguém.

Saber fazer: Com o açúcar, um pouco de água e metade das gemas fazem-se fios de ovos que se reservam. Com o açúcar que ficou, as amêndoas, o pão, a canela e as restantes gemas faz-se um massapão. Para armar a Tiborna, forra-se uma tigela com papel vegetal e forra-se depois com uma camada de massapão. Enche-se a cavidade central com doce de gila que se cobre com o resto do massapão. No dia seguinte desenforma-se sobre um papel de seda recortado, cobre-se com fios de ovos e enfeita-se com pérolas prateadas e/ou frutas cristalizadas. Atam-se as pontas do papel de seda com fios de lã ou de seda de várias cores.

Fonte: Produtos Tradicionais Portugueses, Lisboa, DGDR, 2001