Licor de Leite

Descrição: Líquido transparente, de cor âmbar, bastante doce e de sabor complexo, devido à sua composição.

Região: Região Autónoma dos Açores.

Particularidade: A curiosa particularidade deste licor será talvez a sua dupla utilização: quer como licor, quer através do aproveitamento dos seus resíduos, na confeção do pudim de Natal.

História: Como todos os outros licores caseiros, a sua origem perde-se no tempo, se bem que não tenha sido encontrado nenhum registo escrito. Contudo, o consumo dos licores faz parte do folclore tradicional e determinados costumes implicam a sua integração na vida das gentes açorianas. Um desses costumes, que se aplica a todos os outros licores caseiros, é uma curiosa tradição da ilha de S. Miguel em que, por alturas do Natal, grupos de adolescentes vão de porta em porta perguntando se «o menino mija», oferecendo-se-lhes então um pequeníssimo cálice de licor juntamente com outras guloseimas.

Uso: Após as refeições e, especialmente, na altura do Natal.

Saber fazer: Num garrafão de boca larga coloca-se uma mistura de álcool, açúcar, baunilha, chocolate, limão e leite, que ficam de infusão 15 dias. Durante este tempo, a infusão é agitada todos os dias. Ao fim dos 15 dias a mistura é filtrada cuidadosamente, através de um filtro de papel, colocado num funil. Os resíduos vão-se retirando com cuidado, para não romper o filtro, já que se pretende obter um líquido perfeitamente límpido. Estes resíduos guardam-se cuidadosamente, para juntar ao pudim de Natal que também é preparado, tradicionalmente, por esta altura.

Fonte: Produtos Tradicionais Portugueses, Lisboa, DGDR, 2001