Sal de Tavira / Flor de Sal de Tavira DOP

Descrição: Designa-se por Sal de Tavira / Flor de Sal de Tavira DOP, o sal marinho colhido manualmente nas salinas de Tavira, obtido a partir de água do Oceano Atlântico. Trata-se de sal marinho não refinado, não lavado após colheita e sem aditivos. O produto apresenta-se comercialmente sob a forma de “Sal de Tavira” (cristais de forma flocular e cúbica que se desfazem, até um determinado ponto, apenas com a mão) ou de “Flor de Sal de Tavira” (bem mais frágil à fricção, é constituída por lamelas finíssimas que ao mínimo contacto com a mão se desfazem em cristais muito pequenos e leves).

Método de produção: As salinas dividem-se em três áreas: armazenagem; evaporação e concentração de salmoura; e cristalização do sal. A área de armazenagem funciona como depósito de água e como decantador de impurezas. A área de evaporação tem por função elevar a concentração de sais, permitindo também eliminar o excesso de algumas substâncias indesejáveis. A área de cristalização, onde se dá efetivamente a cristalização dos elementos da água do mar, está repartida em cristalizadores de pequena dimensão, de modo a que o sal possa ser recolhido manualmente a partir das suas divisórias. A flor de sal – lamela finíssima de sal que se forma à superfície – é colhida com muito cuidado a fim de não provocar ondulação. O sal propriamente dito precipita-se para o fundo dos cristalizadores, sendo retirado após a secagem quase total da salmoura.

Características particulares: Para além do clo-reto de sódio, o Sal de Tavira / Flor de Sal de Tavira DOP apresenta quantidades benéficas de iodo e de inúmeros oligoelementos existentes na água do mar.

Área de produção: A área geográfica de produção do Sal de Tavira / Flor de Sal de Tavira DOP restringe-se às salinas de Tavira, situadas no Parque Natural da Ria Formosa.

História: Existem vestígios do século IV A.C. que atestam já então se produzir sal em Tavira, usando-o os fenícios que se instalaram na região essencialmente em atividades relacionadas com a pesca ou com a conservação de alimentos em locais mais longe da costa. O sal de Tavira tem vindo, desde então, a fazer parte da história de Portugal. Após a conquista do sotavento algarvio, D. Afonso III reservou para a Coroa Portuguesa, no Foral de 1266 a Tavira, “todas as salinas cheias e por encher em Tavira e seu termo”, acabando estas por desempenhar um papel importantíssimo na expansão Portuguesa. As salinas assumiram também grande importância para as indústrias conserveira e química, que floresceram na região nos séculos XIX-XX. Apesar do declínio destas indústrias, nunca deixou de se produzir sal em Tavira, existindo de salinas em funcionamento há mais de 100 anos, utilizando sempre o mesmo processo ancestral, passando de famílias em famílias ao longo das várias gerações.

Caderno de especificações (pdf)

Área geográfica

Agrupamento de produtores
Rui Francisco Neves Dias

Organismo de controlo e certificação
Kiwa Sativa – Unipessoal, Lda.

Plano de controlo
Plano de controlo (pdf)

Publicação no Jornal jficial da UE
Regulamento de Execução (CE) nº 1168/2003 da Comissão – L310 20.11.2013
Publicação do pedido de registo (2013/C 132/13) – C132 09.05.2013

Publicação em DR
Despacho n.º 3895/2012 – 16.03.2012
Aviso n.º 18091/2011 – 14.11.2011