Pau de Abóbora

Descrição: A abóbora confitada é feita a partir da abóbora porqueira (Cucurbita pepo L.), também chamada de carneira ou calondro, apresentando-se sob a forma de paus com cerca de 3 cm da largura por 2 cm de espessura e com comprimento entre 15 a 20 cm. O seu peso varia entre 200 a 300 g. Os paus têm uma cor verde-clara, translúcida.

Região: Lisboa e Vale do Tejo.

Outras denominações: Abóbora Coberta.

Particularidade: Abóbora confitada sob a forma de paus.

História: A abóbora coberta faz parte de uma tradição baseada na economia doméstica de subsistência e aproveitamento dos recursos naturais. Tornou-se, contudo, uma guloseima tão apreciada que a Infanta D. Maria de Portugal (século XVI), ao abandonar o País para se casar com Alexandre Farnese, se dignou levar o modo de preparar a guloseima.

Uso: É consumida a qualquer hora, quando apetece uma guloseima. Para além disso, é usada na preparação de grande parte dos bolos que levam nos seus ingredientes frutos secos e confitados como, por exemplo, o tradicional Bolo-Rei do Natal.

Saber fazer: Parte-se a abóbora com uma machadinha, corta-se às fatias e limpa-se de todos os veios e sementes. A seguir, a abóbora é posta numa salmoura durante vários dias, mudando-se-lhe a salmoura duas vezes ao dia. A salmoura tradicionalmente era preparada com água e uma mão-cheia de sal, verificando-se se estava na concentração desejada pelo método de introdução de um ovo na salmoura. Se o ovo vinha ao de cima, a concentração estava certa. A operação de mexer a abóbora tem de ser feita com colher de pau para não oxidar. A abóbora assim tratada é retirada da salmoura à medida das necessidades, lavada, cozida e mergulhada em calda de açúcar fervente. Repete-se esta operação durante 15 dias, ao fim dos quais se escorre e deixa secar.

Fonte: Produtos Tradicionais Portugueses, Lisboa, DGDR, 2001