Bolo de Ançã

Descrição: Bolo doce, de textura leve e macia, feito à base de farinha, açúcar, ovos e manteiga. Apresenta um aspecto característico com pequenas “cristas” douradas na parte superior do bolo.

Características particulares: O Bolo de Ançã enquadra-se na família dos folares doces, com forte tradição na época de Páscoa. É pouco doce e apresenta alguma durabilidade.

Região: Centro

Ingredientes utilizados: Farinha, açúcar, ovos, manteiga e fermento de padeiro.

Modo de preparação: Junta-se à farinha, aos poucos, o fermento previamente desfeito em água, deixando descansar durante 10 minutos. Misturam-se depois parte dos ovos e do açúcar e adicionam-se à massa de farinha, trabalhando-a até incorporar bem os ingredientes. Adicionam-se depois os ovos e o açúcar restantes, adicionando um ovo da cada vez. Junta-se a manteiga, trabalhando bem até obter uma massa lisa, elástica e homogénea. Deixa-se a levedar num local ameno. Quando a massa dobrar de volume, modelam-se os bolos e colocam-se em tabuleiros de forno; deixam-se crescer de novo, pincelam-se com gema de ovo batida e vão a cozer em forno a lenha, até ficarem bem dourados.

Saber fazer: O Bolo de Ançã tem como base um processo artesanal de fabrico, sendo amassado manualmente e cozido em forno a lenha. Em Ançã são também fabricados os bolos de cornos, em forma de "S" e com sabor a canela, e os bolos finos, mais ricos e com mais ovos, geralmente dados como folar na Páscoa.

Formas de comercialização: São comercializados sobretudo na vila de Ançã, onde as boleiras os vendem em açafates, ou em feiras e mercados da região.

Disponibilidade do produto ao longo do ano: Durante todo o ano.

Historial do produto: A origem do bolo de Ançã perde-se no tempo, tendo o segredo do seu fabrico sido transmitido de pais para filhos. O bolo é de confeção simples, com ingredientes vulgares, mas de reconhecida qualidade, e tem como base um processo artesanal de fabrico. Este processo, mantido durante gerações de boleiras, tornou-o num produto típico dessa Vila, conhecido e apreciado sobretudo na Beira Litoral. Há muito que os viajantes e os turistas os compram às boleiras, que com os seus açafates recheados de bolos dourados se tornaram uma imagem típica da Vila, sendo também presença habitual em mercados e feiras. Este bolo recolhia admiradores também de Lisboa, “que no regresso à Capital levam os carros carregados da explêndida lambarice”, conforme testemunho de Jaime Cortesão, no ano de 1933.

Representatividade na alimentação local: Muito popular nas feiras e ruas dos concelhos de Cantanhede, Coimbra e Figueira da Foz.

Fonte: DGADR, com base em elementos recolhidos no sítio da Internet do Munícipio de Cantanhede.