Queijadas de Vila Franca do Campo

Descrição (dimensões, cor, aroma, textura):

Ingredientes utilizados: Para a massa: 250 g de farinha ; 3 gemas pequenas ou 1 ovo inteiro; 1 colher de sopa de banha ; 1 colher de sopa rasa de manteiga ; 1 colher de sobremesa de açúcar ; sal qb e água qb.
Para o recheio: 2 litros de leite cru ; coalho qb ; 6 gemas ; 1 ovo inteiro ; 250 g de açúcar ; 2 colheres de sopa de manteiga ; 1 colher de sopa rasa de farinha ; açúcar em pó qb (açúcar inglês ou de confeiteiro).

Modo de preparação: De véspera prepara-se o recheio: amorna-se ligeiramente o leite e junta-se-lhe o coalho nas proporções indicadas na embalagem. Abafa-se o recipiente e, sem se mexer, deixa-se coalhar. Retira-se o coalho para dentro de um pano e espreme-se para sair o soro de modo a obter-se uma massa bem seca. Amassa-se este coalho para ficar muito fino.
Junta-se as gemas, a clara, o açúcar, a manteiga e a farinha; depois de bem misturado leva-se este preparado a cozer em lume brando só até levantar fervura. Retira-se do calor e depois de arrefecer um pouco passa-se por uma peneira ou passador fino. Conserva-se no frigorífico.
No dia seguinte prepara-se a massa: amassam-se os ingredientes indicados com um pouco de água morna de modo a obter-se uma massa que se possa estender. Embrulha-se num guardanapo e deixa-se descansar.
Com o rolo e um polvilho de farinha estende-se a massa muito fina.
Com um copo ou um corta-massas corta-se a massa em circunferências com 12 cm de diâmetro. À medida que se cortam estas circunferências vão-se deixando ao ar sobre a mesa. Em seguida, no centro de cada circunferência coloca-se um montinho do recheio preparado. Ajeita-se este recheio e com um palito de madeira puxa-se a massa para cima, encostando-a ao recheio e fazendo como que uma caixa canelada.
À volta de cada queijada coloca-se uma tira de papel vegetal com cerca de 2 cm de altura e que amparará a massa; o papel prende-se com um alfinete.
Levam-se as queijadas a cozer em forno médio e, depois de cozidas, polvilha-se a superfície abundantemente com açúcar em pó (inglês).

Formas de comercialização: Genuinamente, em qualquer café ou pastelaria da vila e nas demais da ilha. Sem ser uma regra aplicável na generalidade, grande parte dos equipamentos de restauração da ilha têm-na na oferta de sobremesa.

Disponibilidade do produto ao longo do ano: Disponível todo o ano.

Historial do produto: Um dos símbolos gastronómicos/culturais mais identitário, a queijada, está sempre, ou quase sempre nas imediações de um qualquer convento ou ordem religiosa. A derivação da Queijada da Vila, está ligada ao fabrico do queijo e dos queijeiros que levavam o leite ao Convento de Santo André, da Primeira Regra de Santa Clara de Vila Franca do Campo. Situação a que não será alheio o facto de a Vila ser ao tempo capital de S. Miguel e poder estar na linha de troca ou de difusão religiosa das receitas conventuais, que se aliaram às dos queijeiros. Esses sempre fabricaram queijadas artesanais com o coalho, depois de espremido o almeice, juntando mel de cana, e mais tarde açúcar, ao requeijão.
A Queijada da Vila serve muito bem de sobremesa, sobretudo se anteceder um ananás genuíno dos Açores, ou acompanhar um café de boa qualidade. Nas tarde soalheiras, convidam a um chá morno na brisa atlântica.

Fonte: Federação Portuguesa das Confrarias Gastronómicas