Filhós Enrolada

Descrição: Massa frita feita com ovos, banha, manteiga, aguardente, açúcar, sumo de laranja (facultativo), sal e farinha até tender.

Região: Alentejo.

Variantes: Filhós de Vila Viçosa.

Particularidade: Tiras de massa, com cerca de 20 cm por 7 cm, enroladas e fritas com a forma de caracol, passadas por calda de açúcar ou mel. Também podem polvilhar-se com açúcar e canela.

História: O Carnaval era, e ainda é, uma festa profundamente profana. Por altura destes festejos era habitual haver em cada casa uma mesa cheia de pratos com fritos e outros doces. As filhós eram feitas na quinta-feira anterior ao Carnaval e em quantidade suficiente para durar a semana inteira. Os pratos mais vulgares — borrachos e filhós — só não apareciam em casas muito pobres. Cita-se como exemplo que, em casa da Sr.ª D.ª Joana Sobral (aldeia das Alcarias, Castro Verde), com cerca de 90 anos de idade, ainda hoje é feita cerca de uma dúzia de diferentes tipos de filhós. Desconhece-se a razão que levou a que só se fizessem estes fritos na altura do Carnaval. Será que as laranjas — indispensáveis na confecção da maior parte deles — só nesta altura estavam em condições de maturação para serem convenientemente utilizadas?

Uso: Como guloseima. Empregadas como forma de presentear os amigos na altura das festas de Carnaval e de exibir os dotes culinários com a grande variedade apresentada.

Saber fazer: Batem-se os ovos com a banha, a manteiga, a aguardente e o açúcar e junta-se farinha até amassar e produzir uma massa elástica e que estenda bem. Cortam-se tiras de massa com cerca de 20 cm de comprimento e 7 cm de largura. Enrola-se a ponta da tira nos dentes de um garfo longo, mergulha-se no óleo quente e vai-se fritando à medida que se vai enrolando. Fritam até alourar. Retiram-se e passam-se por calda de açúcar em ponto. Também podem passar-se por mel.

Fonte: Produtos Tradicionais Portugueses, Lisboa, DGDR, 2001