Viriato
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Descrição: Bolo doce à base de farinha, açúcar, ovos e coco ralado, com cerca de 12-15 cm, de cor amarela, leve aroma a coco, com textura mole.
 
Características particulares: O formato em “V” (de Viriato-herói mítico de Viseu) é, sem dúvida, uma evidente singularidade deste produto, bem como, a massa de pão doce combinada com o recheio da mistura de ovos com coco, estas são as características que distinguem este bolo tradicional de Viseu.
 
Região: Viseu
 
Ingredientes Utilizados: Farinha tipo 65, ovos, coco ralado, açúcar, margarina, sal, água, fermento padeiro e melhorante.
 
Modo de preparação: Numa amassadeira coloca-se a farinha, o fermento desfeito em água, a margarina, os ovos, o sal, o melhorante, amassa-se tudo com as mãos por cerca de 15 minutos até obter uma massa consistente que se deixará levedar durante uma hora. Numa taça, amassa-se com as mãos, o açúcar, o coco e os ovos, de modo a obter uma massa macia de tom amarelado. Noutra taça misturam-se ovos com um pouco de açúcar e umas colheres de sopa de água formando uma calda que serve para pincelar a superfície da massa, onde se espalhará a mistura de ovos, açúcar e coco.
Cortam-se pedaços da massa levedada, alisam-se com o rolo da massa até à espessura de 0,5 cm de uma superfície com 30 a 40 cm de largura e o comprimento poderá ser o da mesa-tendedeira. Pincele a superfície definida com a calda, coloque por cima uma camada da massa de coco. De seguida, dobra-se ao comprimento, cerca de um terço da massa, alisa-se com a mão a nova superfície que agora se recobre com a parte restante.
Pincela-se agora a superfície final com a calda, cobre-se com uma fina camada da massa de coco. Recortam-se os bolos em forma de “V”, com uma espátula, com a dimensão escolhida, dando um pequeno golpe no topo de maior largura que definirá as hastes do simbólico “V”.
Colocados, um a um, em tabuleiro de Folha de Flandres, irão ao forno aquecido a uma temperatura de 220/230 graus onde cozerão durante 10 a 15 minutos. Retiram-se do forno e, com uma fina peneira, polvilham-se com açúcar em pó.
 
Saber fazer: Foram preservados todos os métodos tradicionais que caracterizam o inconfundível bolo Viriato, todo um saber-fazer, passado de geração em geração. A massa é amassada com as mãos, até a consistência certa para deixar levedar. A técnica de dobrar a massa e de cortar em formato de “V”, têm as suas especificidades, que somente o saber-fazer permite o bom resultado.
 
Formas de Comercialização: Pastelarias e cafés
 
Disponibilidade do produto ao longo do ano: Durante todo o ano.
 
Historial do produto: Em abril de 1955 a Brigada técnica da “Fábrica Portuguesa de fermentos Holandeses, Lda.” deslocou-se a Viseu, para fazer demonstrações acerca da forma de produzir um melhor e mais saboroso pão, desenvolver produtos novos, mais concretamente, o fabrico de um pão doce regional denominado Viriatos, em forma de “V”. No dia 24 de abril, desse mesmo mês/ano, o Restaurante Royal serviu aos industriais de panificação e convidados, os primeiros “Viriatos” ainda quentes, confecionados pela Brigada técnica.
Várias foram as padarias de Viseu, com e.g. Padaria Serra, Padeira Madeira, Padarias da Beira, Lda. que adotaram a receita, confecionavam aos milhares por dia, o familiar bolo que cativou os habitantes da cidade, que logo pela manhã o saboreavam ainda quente. Neste início as padeiras distribuíam os "Viriatos" logo de madrugada, pelas ruas, junto com o pão. Os padeiros depois abasteciam as pequenas padarias, cafés e confeitarias.
Hoje em dia, maior parte das pastelarias confecionam os seus próprios viriatos, seguindo a receita tradicional ou com pequenos toques pessoais, como e.g. adicionando canela ao creme.
Em 1995 a Confeitaria Amaral procedeu ao registo da marca "Pastel de Viriato" no Instituto Nacional da Propriedade Industrial, assumindo uma diferente receita que em vez do habitual recheio da massa de coco, integra um creme feito com doce de ovos.
 
Representatividade na alimentação local: O Viriato é um bolo bastante apreciado e consumido pela comunidade local, quer ao pequeno almoço ou ao lanche, presença em convívios festivos, quer familiares quer em coletividades. Caixinha de Viriatos, doce típico, que com muito agrado se oferece a amigos, a familiares.
 
Fonte: Documento Fotográfico - Bolo Viriato - Créditos - Município de Viseu | José Alfredo
 
Bibliografia: Correia, Alberto (2020). Viriatos, Uma Saborosa Invenção, Edição, Município de Viseu.