Carne de Bravo do Ribatejo DOP

Descrição: A Carne de Bravo do Ribatejo DOP é proveniente da desmancha de carcaças de bovinos da Raça Brava de Lide. A gordura intramuscular é muito característica nestas carcaças, apresentando um aspecto geral designado por marmorização (fibras muito finas distribuídas no tecido muscular), contribuindo para a suculência, firmeza e sabor da carne. Possui cor vermelho cereja escuro e brilhante, de pH inferior a 6.

Método de produção: Os bovinos são criados em sistema de exploração extensivo, com acesso a pastagens naturais e forragens, tais como feno e palha. Nos períodos de escassez de alimento, os animais são suplementados com produtos da exploração agrícola.

Características particulares: As características da Carne de Bravo do Ribatejo DOP são devidas fundamentalmente às condições edafo-climáticas de origem, às características morfológicas e funcionais da raça e ao maneio a que são submetidos. Esta carne tem uma cor vermelho cereja escuro brilhante característica e é macia consistente, suculenta e tem uma mastigabilidade apreciável. De gosto acentuado e persistente, apresenta gordura infiltrada no músculo, com marmoreado próprio e característico, contribuindo para a sua suculência, sabor e mastigabilidade.

Área de produção: A área geográfica de produção da Carne de Bravo do Ribatejo DOP abrange os concelhos dos distritos de Beja, Évora, Portalegre, Santarém e os concelhos de Alcácer do Sal, Alcochete, Grândola, Montijo, Palmela, Santiago do Cacém e Sines do distrito de Setúbal, os concelhos de Alenquer, Arruda dos Vinhos, Azambuja e Vila Franca de Xira do Distrito de Lisboa e apenas o concelho de Idanha-a-Nova do distrito de Castelo Branco e ainda a freguesia de Arazede no concelho de Montemor-o-Velho no distrito de Coimbra.

História: A criação de bovinos da raça Brava de Lide data de 1840.
A Carne de Bravo do Ribatejo DOP é utilizada para confeccionar os mais diversos manjares tradicionais da região e continua a constituir um petisco apreciado e muito cobiçado, sendo hoje um produto solicitado pelo seu nome, por muitos consumidores dentro e fora da região.
A promoção do saber fazer culinário milenar que já vem dos gregos e romanos e de outras mitologias antigas, deixadas nesta região Ribatejana reforça o saber antigo e que perdura até aos dias de hoje, fazendo claramente parte do património cultural da região.
A extensão da exploração agrícola é um fator condicionante a este sistema de produção. De fato, a dimensão da exploração é um fator importante na produção de bovinos desta raça, já que só em propriedades com bastante extensão é possível aquele adestramento muscular característico, tão conveniente a um animal atlético, como é o caso dos animais desta raça cujas características morfológicas estão descritas no “Padrão da Raça Bovina Brava de Lide”.

Caderno de especificações (pdf)

Área geográfica

Agrupamento de produtores
APBRB - Agrupamento de Produtores de Bovinos de Raça Brava, Lda.

Organismo de controlo e certificação

Publicação no jornal oficial UE
Reg. (CE) nº 1107/2013– L298 05.11.2013

Publicação em DR
Aviso n.º 4882/2007 (2ª série) 15.03.2007

Padrão da Raça Bovina Brava de Lide

Conforme definido no Regulamento do Livro Genealógico os bovinos da Raça Brava de Lide caracterizam-se morfologicamente do seguinte modo:

Aspeto geral – Tamanho mediano e esqueleto fino.Bravo ribatejo 1
Pelagem – De tipo diversos, predominando no entanto a cor preta.
Cabeça – De tamanho médio e fronte larga; perfil subconvexo ou recto; olhos oblíquos, vivos e bem implantados; cornos finos, de inserção horizontal e secção elíptica, predominantemente em forma de gancho; orelhas bem inseridas e providas de pelos compridos.
Pescoço – bem ligado, com barbela pouco desenvolvida e bem musculado no macho.
Tronco – Cernelha pouco saliente e muito larga no macho adulto. Peito bem destacado e costado bem arqueado. Região dorso-lombar, horizontal, com boa ligação à garupa e bem musculado no macho. Ventre pouco volumoso. Garupa mais comprida do que larga, com tendência para a horizontalidade. Nádega bem descida e convexa. Coxa forte e musculada. Cauda fina e de média inserção.
Úbere – bem implantado.
Membros – Finos, bem proporcionados e aprumados, com articulações fortes, unhas lisas, rijas e bem unidas.
Peso vivo – adulto: Machos – média é cerca de 600 kg; Fêmeas – média é cerca de 375 kg.

Fontes:
APCTL – Associação Portuguesa de Criadores de Toiros de LideBravo ribatejo 2
Ruralbit – Fotografias de Raças Autóctones
Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV)