Mel das Terras Altas do Minho DOP

Descrição: Mel produzido pela abelha Apis mellifera mellifera (sp. Ibérica) em é região montanhosa, com flora característica. É um mel de néctar de flores, em que se encontra maioritariamente pólen das Ericáceas que fazem parte da flora melífera regional. Para além da urze (Erica wnblaia também conhecida na região como "queiró"), podemos encontrar a Erica ieíraiix, Erica cinerea, Erica arbórea, Erica vaquans, Erica ciliares e Calnna vulgaris.

Método de produção: A raça de abelhas local, Apis mellifera mel&fera (sp. Ibérica) é a única autorizada nos apiários.
Em colmeias móveis de apiários instalados dentro da área descrita.
O apicultor deverá ter no mínimo 20 colmeias registadas.
O apicultor deverá possuir um registo por apiário onde explicite as operações de maneio efetuadas em cada colmeia. As datas de compra ou povoamento das colmeias bem como de tratamentos sanitários, alimentação, colocação de alças e cresta terão de fazer parte deste registo.
A transumância das colmeias apenas é permitida dentro da área demarcada e é sujeita a autorização prévia. Caso algum apicultor faça transumância para fora da zona de produção apenas poderá inscrevê-las novamente como produtoras de Mel das Terras Altas do Minho DOP após um ano do seu retorno.
Os apiários de produção de Mel das Terras Altas do Minho DOP não poderão estar instalados a menos de 1.000 metros de áreas de produção florestal de eucalipto. Não é permitida a alimentação artificial das colónias de abelhas. Só podem ser acrescentados quadros de alças completamente operculados ou melários. A cresta efetua-se entre 15 de julho e 15 de setembro, e de preferência pelo sistema de pressão de ar ou pelo sistema tradicional de escova de abelha. Não são permitidos repelentes. Todas as fases de extração e decantação do mel são efetuadas dentro da área de produção e a temperatura que não ultrapassam os 45 ºC.

Características particulares: Este mel, de cor acentuadamente escura, é particularmente rico em alguns sais minerais e apresenta níveis de cristalização médios e regulares. O Mel das Terras Altas do Minho DOP tem tendência natural para cristalizar o que é garantia da sua pureza e qualidade, pelo que só poderá ser comercializado no estado fluído (pastoso) ou sólido (cristalizado).

Área de produção: A produção do Mel das Terras Altas do Minho DOP é feita nas regiões de montanha da parte noroeste do país.
Estas regiões de montanha apresentam altitudes que variam entre os 400 e os 1545 metros. Zona do país com maior índice de pluviosidade, cheia de rios e ribeiros, apresenta recortes naturais que originam locais de abrigo excelentes para o desenvolvimento das colónias de abelhas.
Os solos graníticos, aliados às condições de altitude e de humidade apresentam um manto vegetal onde as urzes (Érica sp.) são espécies melíferas principais.
A área geográfica de produção do mel (produção, extração e acondicionamento) abrange os concelhos de Amares, Cabeceiras de Basto, Celorico de Basto, Fafe, Póvoa de Lanhoso, Terras de Bouro, Vieira do Minho, Vila Verde, Ribeira de Pena, Mondim de Basto, Amarante, Baião, Paredes, Marco de Canaveses, Arouca, Castelo de Paiva, Resende, Cinfães e Vale de Cambra.
Abrange também as freguesias de Friande, Pinheiro, Sendim, Jugueiros, Santão e Vila Verde do concelho de Felgueiras; as freguesias de Covelo, Foz do Sousa, Medas, Meires e Lomba do concelho de Gondomar; as freguesias de Canelas, Capela, Luzim, Abragão, Castelões, S. Mamede de Recezinhos, S. Martinho de Recezinhos, Sebolido, Rio Mau e Vila Cova do concelho de Penafiel; as freguesias de Canado, Romariz, Louredo e Vale do concelho de Vila da Feira; as freguesias de Cesar, Fajões, Carregosa, Macinhatade Seixa, Nogueira, Nogueira do Cravo, Ossela, Pahnaz, Pindelo, Travanca e Vila Chã de S. Roque do concelho de Oliveira de Azeméis.

História: Este mel é procurado desde sempre por pessoas de outros pontos do pais. Aplicado a nível terapêutico aparece particularmente utilizado como adoçante e produto da culinária regional.
São enormes os vestígios físicos, escritos e mesmo orais do potencial produtivo de mel e cera na região e a sua ligação com os costumes e hábitos dos residentes ou mesmo com os animais domésticos ou selvagens que aqui existiam.
Uma das indicações mais antigas surge no século XII onde os habitantes da antiga freguesia de Freitas, hoje lugar de freguesia de Covide, concelho de Terras de Bouro, deviam anualmente pagar ao rei dois quarteiros (200 kg) de cera de abelha. Também no reinado de D. Afonso III se referia que os habitantes de Cabana Maior deviam pagar ao rei pela posse da herdade de Meendo uma "escudela de favoos de mel pelo Saneio Johanne".
Os antigos colmeais, chamados silhas ou muros, são os locais onde eram colocados os cortiços. A colocação e exposição destas silhas em locais fundos abrigados dos ventos e com exposição sul nascente revelam a mestria e os conhecimentos apícolas dos seus proprietários.
Estas silhas evoluíram quer na robustês de construção quer na altura, em função dos animais que existiam na região. Assim, até ao desaparecimento do urso nesta região, as silhas eram construídas em parede dupla, com os muros ligeiramente inclinados para fora e com a fiada superior ligeiramente saída e com uma altura sempre superior aos 2,80 metros.

Caderno de especificações (pdf)

Área geográfica

Agrupamento de produtores

Publicação no jornal oficial UE
Regulamento (CE) n.º 1107/96 da Comissão de 12.06.1996 - L 148/1