Descrição: A carne de Cabrito de Barroso IGP provém de animais das raças Serrana e Bravia, e seu cruzamentos, criados e abatidos no interior da área delimitada. Trata se de uma carne de cor avermelhada, suculenta e de sabor característico. Pode ser apresentado comer-cialmente em carcaças ou meias carcaças. A carcaça inclui a cabeça, o fígado, os pulmões, o coração e os rins. O Cabrito de Barroso IGP só pode ser comercializado em estabelecimentos autorizados.
Método de produção: Os animais são criados em regime extensivo, essencialmente em pastoreio livre, sendo pontualmente estabulados quando o rigor do inverno a tal obrigue, podendo então ser alimentados apenas com feno, rama de vidoeiro ou de salgueiro e fetos secos. A alimentação dos cabritos é composta essencialmente por leite materno. Os cabritos são abatidos aos três meses de idade, permanecendo até aí na companhia da mãe.
Características particulares: A especificidade do Cabrito de Barroso IGP deriva essencialmente da forma como é criado e alimentado, em harmonia com os recursos naturais da região. O cabrito faz parte da cultura e gastronomia da região. Segundo o Padre João Martins Rodrigues, “o cabrito é também para venda e alimento raro e de luxo. Aparece em festas especiais: batizados, casamentos, festas do Santo da terra, quando o padre, a guarda, os amigos da vila e os senhores das redondezas vão a casa".
Área de produção: A área de produção do Cabrito de Barroso IGP – cerca de 2150 km2 – engloba a totalidade dos concelhos de Boticas, Chaves, Montalegre e Vila Pouca de Aguiar.
História: As Terras do Barroso têm grande tradição na criação de gado caprino, estando o regime de exploração comunitária profundamente enraizado no saber fazer tradicional das zonas montanhosas nortenhas. Esta criação aproveita, desde tempos imemoriais, os recursos forrageiros da flora arbórea e arbustiva das áreas mais remotas de montanha, geralmente inacessíveis a outras espécies pecuárias. Ainda que tenha existido uma cabra Barrosã, os fluxos migratórios e as alterações dos rebanhos levaram ao seu desaparecimento e à sua substituição pelas raças Bravia (que terá migrado das terras Altas do Minho) e Serrana (que se terá deslocado para norte).
Caderno de especificações (pdf)
Agrupamento de produtores
CoopBarroso — Cooperativa Agrícola do Barroso, C. R. L
Organismo de controlo e certificação
TRADIÇÃO E QUALIDADE - Assoc. Interprof. Produtos Agro-Alimentares de Trás-os-Montes
Publicação no jornal oficial da UE
Retificação ao Regulamento (CE) n.º 1107/96 da Comissão – L290 13.11.1996
Regulamento (CE) n.º 1107/96 da Comissão – L148 21.06.1996
Publicação em DR
Despacho n.º 22/1994 – 31.01.1994
Aviso n.º 2601/2005 – 15.03.2005
Despacho n.º 8767/2021 - 03.09.2021
Padrão da Raça Caprina Serrana: De acordo com o definido no Regulamento do Livro Genealógico, o caprino Serrano é um animal com as seguintes características:
Aspeto Geral — Estatura mediana, aptidão predominantemente leiteira. É uma cabra de estatura média, com uma altura de 64 cm na cernelha;
Pelagem — Pode ser preta, castanha e ruça, podendo apresentar coloração amarela em algumas regiões, sendo a única raça caprina autóctone de pelos compridos;
Cabeça — Grande, comprida, de perfil subcôncavo, frente ampla e ligeiramente abaulada; face triangular; chanfro largo, retilíneo e com depressão na união com o frontal, focinho fino; boca pequena e lábios finos; orelhas relativamente curtas e horizontais, cornos de secção triangular, rugosos, dirigidos para trás em forma de sabre, com hastes paralelas ou divergentes, ou ligeiramente dirigidas para trás, divergentes ou espiraladas;
Pescoço — Comprido, mal musculado, bordos retilíneos com ou sem brincos;
Tronco — Linha dorso-lombar quase direita ou ligeiramente oblíqua, dorsos e rins descarnados e retilíneos; garupa descaída, cauda curta e arrebitada. Tronco ligeiramente arqueado; abdómen desenvolvido;
Úbere — Bem desenvolvido, globoso, por vezes pendente de fundo de saco; tetos pequenos e cónicos dirigidos para a frente ou levemente para os lados;
Membros — Finos, resistentes, com unhas pequenas e rijas;
Peso vivo — adulto: Machos – 35 a 50 kg; Fêmeas – 25 a 40 kg.
(Ecotipos da Raça Caprina Serrana: Transmontano, Jarmelista, Ribatejano e da Serra)
Ecotipo Transmontano | Ecotipo Jarmelista | Ecotipo Ribatejano | Ecotipo da Serra |
Padrão da Raça Caprina Bravia
De acordo com o definido no Regulamento do Livro Genealógico, o caprino Bravio é um animal com as seguintes características:
Aspeto Geral – Conformação delicada e graciosa, elipométricos.
Pelagem – Pêlo curto nas fêmeas e mais comprido e áspero nos machos; as cores dominantes são o preto e o castanho, apresentando esta última tonalidades mais escuras na cabeça, ventre e extremidades dos membros, ou mais claras no ventre; em alguns animais observam-se malhas de localização variável.
Cabeça – Triangular, seca, com cornos em ambos os sexos - nas cabras finos, eretos ou ligeiramente encurvados para trás (em sabre); nos machos ligeiramente espiralados para fora e para cima; orelhas de tamanho médio, horizontais e dirigidos para a frente.
Pescoço – Comprido, fino e bem ligado.
Tronco – Pouco desenvolvido, linha dorso-lombar recta, garupa descaída e diâmetros dorso-esternal e bicostal pequeno.
Úbere – Pequeno, bem ligado, com tetos pequenos.
Membros – Curtos, finos, com articulações bem evidentes e unhas resistentes; aprumos adequados para trepar e saltar.
Peso vivo – adulto: Machos – 35 a 50 kg; Fêmeas – 25 a 40 kg.
Fontes:
Sociedade Portuguesa de Ovinotecnia e Caprinotecnia
Ruralbit – Fotografias de Raças Autóctones
ANCABRA – Associação Nacional de Criadores da Cabra Bravia
ANCRAS – Associação Nacional de Caprinicultores da Raça Serrana
Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV)