Doce de Gila

Descrição: Compota de abóbora-gila e açúcar. É um doce vendido em boiões tradicionalmente cobertos com papel celofane.

Região: Alentejo.

Outras denominações: Doce de Xila. Doce de Chila.

Particularidade: Compota que se apresenta sob a forma de filamentos brancos, translúcidos, e com calda (xarope) de açúcar.

História: É um doce muito utilizado em doçaria tradicional desta região, entrando como recheio em inúmeras sobremesas (pão de rala, porquinho doce, bolo folhado, tiborna, azevia, etc.). Antigamente era muito utilizado em lanches informais, sendo servido em pequenos pires decorados com grangeia ou com pérolas prateadas.

Uso: Consumido como sobremesa já que é uma compota com um aspeto muito decorativo, e como ingrediente em doces e sobremesas da doçaria regional do Alentejo.

Saber fazer: Abóbora-gila é a designação vulgar do fruto (pepónio elipsóide, grande, de cor branca, maculada de verde) da Curcubita ficifolia Bouché. O segredo deste doce está na preparação da abóbora que, se não for feita convenientemente, dá um gosto de peixe ao doce, tornando-o muito desagradável e totalmente imprestável. Assim, parte-se a abóbora atirando-a ao chão e reduzindo-a a bocados sem utilização de qualquer objeto metálico. Limpa-se das sementes, das partes amarelas aderentes (tripas) e da maior parte das cascas e aproveita-se a maior parte do miolo. Leva-se ao lume com água e sal, deixa-se ferver, retiram-se alguns bocados de casca que ainda estejam aderentes e coloca-se de molho em água fria durante algum tempo. Escorre-se, pesa-se, junta-se igual peso de açúcar e leva-se ao lume até tomar ponto.

Fonte: Produtos Tradicionais Portugueses, Lisboa, DGDR, 2001