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saber fazer

Doçaria de Feira de Vouzela
Tags: Centro

Características particulares: Este tipo de doçaria tem sempre por base uma receita simples, de ingredientes básicos e acessíveis, estando o segredo do sucesso das receitas na temperatura e na manutenção da temperatura do forno de lenha.

Região: Concelho de Vouzela e outras localidades próximas.

Ingredientes utilizados: Farinha de trigo, ovos, açúcar, manteiga, sal, canela, raspa e sumo de limão.

Modo de preparação:

Caladinhos: batem-se os ovos inteiros com o açúcar, a pitada de sal, a canela, a raspa e sumo de limão. Quando a massa estiver esbranquiçada e fizer “olhinhos”, junta-se a farinha e amassa-se. São dispostas colheradas de massa em tabuleiro untado e enfarinhado e leva-se a cozer no forno de lenha.

Belindres (ou Melindres): batem-se os ovos inteiros com o açúcar e uma pitada de sal. Quando a massa estiver esbranquiçada e fizer “olhinhos”, junta-se a farinha. São colocadas colheradas de massa num tabuleiro untado e enfarinhado. Vão a cozer em forno de lenha.

Bolinhos de Gema: a receita dos Bolinhos de Gema é a mesma dos Melindres, contudo depois de estarem cozidos e terem arrefecido, sobre eles é aplicada uma fina cobertura de calda de açúcar (em ponto fio), que deve ser batida até ficar branca. A aplicação é feita com a forma de círculos ou espiral.

Raivas (de Fataunços): batem-se os ovos, as gemas, o açúcar, a pitada de sal, a canela e a raspa e sumo de limão. Quando a massa estiver esbranquiçada e fizer “olhinhos”, junta-se a manteiga e, por fim, as farinhas. A massa deve descansar cerca de uma hora. Em forma própria, deve-se moldar a massa em forma de uma ferradura e levar a cozer no forno de lenha. Cavacas: Batem-se os ovos com a pitada de sal e uma colher de sopa de azeite. Junta-se a farinha, lentamente, e bate-se a massa até ficar sem caroços de farinha. Unta-se um tabuleiro e, com uma colher, coloca-se a massa. As Cavacas vão a cozer em forno de lenha até obterem o formato de tigelas e ficarem duras e douradas. Deixa-se arrefecer e pincela-se, por dentro e por fora, com uma calda de açúcar em ponto fio, que deve ser batida até ficar branca. Passarinhas: Batem-se todos os ingredientes até a massa ficar consistente. Com as mãos fazem-se pequenas bolas e em cima de um tabuleiro untado e enfarinhado, pressiona-se um pouco a massa e forma-se um pássaro espalmado (cabeça e corpo). Por fim, com uma tesoura, fazem-se pequenos cortes (que representam penas) ao longo da massa e coloca-se uma fita vermelha na extremidade na massa que representará a cabeça. Leva-se a cozer no forno de lenha.

Beijinhos: batem-se os ovos com a pitada de sal e uma colher de sopa de azeite. Junta-se a farinha, lentamente, batendo até a massa ficar sem caroços de farinha. Unta-se um tabuleiro e, com a ajuda de uma colher de sopa, dispõe-se a massa. Leva-se ao forno de lenha. Depois de cozidos e arrefecidos, devem ser pincelados com uma calda de açúcar em ponto fio, que deve ser batida até ficar branca.

Saber fazer: Os Caladinhos devem ter o aspeto de um círculo achatado, com aproximadamente 12 cm de diâmetro. A crosta é estaladiça e o interior é fofo, com um sabor intenso a limão. Os Melindres (ou Belindres) devem ter o aspeto de um círculo achatado, com aproximadamente 8cm de diâmetro, ficando secos e ligeiramente duros. As Raivas devem ter o aspeto de pequenas ferraduras com pequenos espinhos, com cerca de 10cm. No cozimento, os espinhos ficam mais torradinhos que o restante biscoito, dando-lhe destaques de cor. As Cavacas possuem o formato e o tamanho de uma tigela e a massa é impermeável e dura, quebrando-se ao toque. O seu tamanho pode variar chegando a medir 35 cm. As Passarinhas têm o formato de uma ave, com a cabeça redondinha e o corpo ligeiramente alongado e medem aproximadamente 10 cm. Os Beijinhos devem ficar duros e secos, com o interior oco. O aspeto é arredondado e irregular, com 4cm de diâmetro.

Formas de comercialização: Mercado municipal, estabelecimentos locais, feiras e eventos gastronómicos da região.

Disponibilidade do produto ao longo do ano: Disponível ao longo de todo o ano.

Historial do produto: O início da produção e do consumo da “doçaria de feira” não está totalmente definido na história local, mas é certo que estes produtos eram muito comuns nos séculos XIX e XX, como comprovam diversos relatos e os arquivos fotográficos das Festa da Senhora do Castelo, alguns de 1904, onde muitas doceiras surgem nas imagens a vender a “doçaria de feira” nas canastras. Também é sabido, que até meados do século XX, nas tabernas da região, o vinho tinto era servido em Cavacas, um bolo seco, impermeável e muito duro, com o tamanho e o formato de uma tigela. Tudo indica que algumas das receitas foram trazidas por duas irmãs que se encontravam no Porto, a frequentar um convento das Clarissas, e que - ao que se pode apurar - vieram residir em Vouzela após a ordem de extinção dos conventos e dos mosteiros em Portugal, em 1834. Aqui iniciaram a produção e a venda de doçaria conventual, com algumas adaptações às receitas originais, como forma de subsistência. Estas irmãs foram as impulsionadoras da doçaria local e também foram professoras de algumas mulheres doceiras que passaram a dedicar-se a esta arte, da qual retiravam o sustento. O fabrico e o consumo de doces na região de Lafões era até então, um hábito raro, exclusivo das famílias mais faustosas e das épocas festivas mais importantes. Era de tal forma raro que muitas famílias, mesmo as mais abastadas, não sabiam fazer doces e muito menos tinham acesso a receitas, motivo pelo qual as doceiras de Vouzela eram muito requisitadas, especialmente em épocas festivas cristãs. Foi após 1940, que a doçaria local adquiriu elevado destaque e um forte desenvolvimento, sobretudo com o aumento da produção de Pastéis de Vouzela, o que tornou a doçaria num importante pilar económico da região, sobretudo para as mulheres. A vila de Vouzela possuiu durante largos anos um forno comunitário que servia a população do concelho. Ali era cozido o pão em quantidades consideráveis e a doçaria regional. As mulheres acorriam ao forno, a pé, vindas da vila e de outras freguesias, com as pesadas masseiras à cabeça.

Representatividade na alimentação local: A “Doçaria de feira” é consumida durante todo o ano. As Passarinhas são a exceção e aparecem apenas em alturas do ano ou em locais (festas e romarias) onde a tradição se mantém.

Fonte: DGADR, com base em elementos cedidos pela FPCG e no livro Produtos Tradicionais Portugueses, Lisboa, DGDR, 2001.