Sal Marinho Tradicional (flor de sal e outro tipo de sal proveniente de salinas tradicionais)
Descrição: Designa-se por Sal marinho tradicional o sal obtido da evaporação da água do mar, pela ação do calor do sol e da energia do vento, em salinas com traçado tradicional e colheita manual. Denomina-se “Flor de sal”, quando é recolhido manual, diária e exclusivamente da camada cristalina sobrenadante da solução salina dos cristalizadores.
 
Características particulares: O sal marinho tradicional contém mais de 80 elementos que se encontram também na água do mar, tais como o magnésio, o cálcio e o potássio. Apresenta um sabor forte, sem ser áspero, acrescentando um leque variado de aromas à comida.
 
Região: Salgado de Aveiro (Ria de Aveiro), Salgado da Figueira da Foz (Estuário do Mondego), Salgado de Setúbal (Sado), Salgado de Alcácer do Sal (Sado) e Salgado do Algarve (Ria Formosa).

Modo de produção: O sal marinho tradicional é colhido através de técnicas manuais e tradicionais, em salinas de traçado tradicional. Através da ação do sol e do vento e circulação da água entre reservatórios, por gravidade, a água do mar evapora até ao ponto de saturação, em bacias abertas. A cristalização ocorre nas últimas bacias, onde os cristais de sal se formam e são recolhidos.

Saber fazer: A produção de sal marinho tradicional envolve um conhecimento de técnicas ancestrais com um léxico próprio e que vão passando de geração em geração. Essas técnicas são levadas a cabo pelos marnotos, com recurso a utensílios apropriados.

Formas de comercialização: A comercialização é feita em estabelecimentos comerciais e nas próprias salinas.

Disponibilidade do produto ao longo do ano: Embora seja extraído apenas no final do verão/início do outono, este produto é armazenado e comercializado durante todo o ano.

Historial do produto: O mais antigo documento conhecido sobre o sal português está datado no ano de 959 e descreve uma doação de terras e salinas de Aveiro, feita pela condessa Mumadona ao Mosteiro de Guimarães. O avanço das metodologias da exploração do sal em Portugal durante a ocupação territorial Romana (séc. III) confirma-se através da existência de “salgadeiras” (tanques de argamassa rija com 3 metros de comprimento e 1,5 metros de largura e de altura) bem estruturadas e que ainda hoje se encontram operacionais, como por exemplo na região do Algarve.
 
Fonte: DGADR, com base na legislação nacional aplicável (Decreto-Lei n.º 350/2007, de 19 de outubro, Portaria n.º 72/2008, de 23 de janeiro) e no relatório “Produção de Sal”, Projeto FEUP, 2012.
 
Fonte da Foto: DGADR