Massa de Pimentão

Descrição: O produto obtém-se a partir de pimentos bem maduros, escolhidos e bem lavados, aos quais se retiram os pedúnculos e as sementes. Usam-se normalmente para o seu fabrico pimentões das variedades Bola e Catalão. Esta massa diferencia-se das massas de pimentão industriais por a pele fazer parte do produto final e não ser fermentada. Apresenta-se no comércio em boiões de vidro.

Região: Alentejo.

Outras denominações: Massa de Catalão. Calda de Pimentão.

Particularidade: Massa de cor vermelha, preparada a partir de pimentão não fermentado.

História: É secular o fabrico de Massa de Pimentão, pois já os nossos antepassados fabricavam este tempero em suas casas para adicionarem às carnes provenientes da matança. Era e é utilizado sobretudo na preparação da rica salsicharia tradicional alentejana, cujo paladar inconfundível se deve, em parte, à adição deste condimento. No Alentejo chamam aos pimentos utilizados para a preparação desta massa pimentos da horta ou pimentões da horta, para os distinguir dos pimentos picantes (a que se dá o nome de queime ou malagueta). Os dados referentes a este produto foram fornecidos por um produtor cuja família já fabrica este produto há três gerações.

Uso: A sua utilização mais frequente é na preparação da salsicharia tradicional, embora também seja utilizado como tempero, em pratos de carne de porco, da cozinha regional.

Saber fazer: Quando os pimentos estão bem vermelhos, lavam-se, abrem-se na vertical e limpam-se de pedúnculos e de sementes. Cortam-se em tiras e são colocados num recipiente de barro, em salmoura, alternando camadas de pimento com camadas de sal grosso. A esta operação dá-se o nome de curtimento. Permanecem assim vários dias, findos os quais se escorrem, lavam e voltam a escorrer-se muito bem. São, em seguida, moídos e guardados em frascos de vidro, com a superfície da pasta coberta com uma camada de azeite. A transformação dos frutos processa-se logo após a apanha, que tem lugar durante os meses de setembro a dezembro de cada ano.

Fonte: Produtos Tradicionais Portugueses, Lisboa, DGDR, 2001