Ovos Moles de Aveiro IGP

Descrição: Ovos Moles de Aveiro é o produto obtido pela junção de gemas cruas de ovos a uma calda de açúcar. Podem apresentar-se tal qual, envolvidos em hóstia, que pode ou não ser coberta com uma fina camada de calda de açúcar ou de chocolate, ou acondicionados diretamente em barricas de madeira ou de porcelana. O produto pode ainda ser comercializado ultracongelado. Têm cor homogénea, experimentando várias tonalidades entre o amarelo e o laranja, brilho uniforme e não muito intenso, aroma complexo a gema de ovo evoluindo para um cheiro característico do qual fazem parte aromas tão diversificados como caramelo, canela e frutos secos, resultantes das reações químicas que ocorrem durante o cozimento entre o açúcar e os compostos existentes na gema de ovo.

Método de produção: Os Ovos Moles de Aveiro são obtidos unicamente a partir das seguintes fases específicas de produção: Preparação da calda de açúcar; Incorporação das gemas de ovos crus desclarados na calda de açúcar; Cozedura da massa (mistura das gemas com a calda de açúcar); Arrefecimento e repouso da massa; Enchimento das hóstias ou das barricas de madeira ou de porcelana; Cobertura das hóstias com calda de açúcar ou com chocolate.

Características particulares: Os Ovos Moles de Aveiro têm especificidade própria decorrente das matérias-primas básicas com que são produzidos – ovos e açúcar – e do saber fazer local – já que a incorporação das gemas de ovos na calda de açúcar é feita de tal forma que reproduz o balanço dos barcos tradicionais – moliceiros – na ria de Aveiro.

Área de produção: Do ponto de vista administrativo esta área engloba os concelhos de Águeda, Albergaria-a-Velha, Aveiro, Estarreja, Ílhavo, Mira, Murtosa, Oliveira de Frades, Ovar, S. Pedro do Sul, Sever do Vouga, Tondela, Vagos e Vouzela.

História: O fabrico dos Ovos Moles em Aveiro é secular. De origem conventual, a tradição do seu fabrico manteve-se através de senhoras que haviam sido educadas em conventos e que transmitiram, de geração em geração, o segredo do seu fabrico. Há documentos que atestam que o Rei D. Manuel I, em 1502, concede 10 arrobas anuais de açúcar da ilha da Madeira ao convento de Jesus, em Aveiro, para o fabrico da doçaria conventual, usada na altura como remédio na convalescença de doentes. Os Ovos Moles de Aveiro são referidos como sobremesa de almoços reais em 1908, são expressamente referidos pelo grande escritor português Eça de Queiroz em «Os Maias» e «A Capital», datados de 1888 e pelo grande escritor brasileiro Erico Veríssimo, que os refere em «Solo de Clarineta-Memórias», em 1973. Os ovos moles cobertos a chocolate são também referidos em «O Doce nunca amargou… doçaria portuguesa. História. Decoração. Receituário» de Emanuel Ribeiro, em 1928.

Caderno de especificações (pdf)

Área geográfica

Agrupamento de produtores
APOMA – Associação de Produtores de Ovos Moles de Aveiro

Organismo de controlo e certificação
Kiwa Sativa – Unipessoal, Lda.

Plano de controlo
Plano de controlo (pdf)

Publicação no jornal oficial da UE
Regulamento (CE) nº 286/2009 da Comissão – L94/15 – 08.04.2009
Publicação do pedido de registo (2008/C 184/11) – C184/42 – 22.07.2008
Regulamento (UE) nº 2015/1743 da Comissão – L256/1 – 01.10.2015
Publicação do pedido de registo (2015/C 170/9) – C170/10 – 23.05.2015