Cordeiro Mirandês / Canhono Mirandês DOP

Descrição: Entende-se por Cordeiro Mirandês / Canhono Mirandês DOP a carne de ovinos da raça Churra Galega Mirandesa abatidos até aos quatro meses de idade, nascidos e criados num sistema de exploração extensivo tradicional. Trata-se de uma carne muito tenra, particularmente suculenta, macia, e com uma gordura consistente e não exsudativa. Apresenta-se comercialmente sob a forma de carcaças, meias-carcaças e peças embaladas (inteiras ou em partes). As costelas devem, depois de cortadas, apresentar uma espessura média de 2,5 cm.

Método de produção: Os cordeiros são alimentados exclusivamente de leite materno até à terceira semana de idade, sendo-lhes a partir daí fornecidos, de forma gradual, alimentos sólidos. São posteriormente colocados em pastoreio permanente, aproveitando os recursos da flora regional, ainda que a sua alimentação possa ser suplementada com grãos de cereais ou com outros produtos naturais produzidos na própria exploração (ou, excecionalmente, adquiridos a outras explorações situadas na área geográfica delimitada). Na alimentação dos animais está interdito o uso de produtos que possam interferir no seu crescimento e desenvolvimento (hormonas, antibióticos, sulfamidas, anabolizantes, etc.).

Características particulares: A particularidade do Cordeiro Mirandês / Canhono Mirandês DOP prende-se com a raça, a sua alimentação e o maneio. O pastoreio extensivo na maior parte do ano leva os animais a apresentarem um nível de gordura equilibrado na carne, músculo firme e um marmoreado uniforme de gordura.

Área de produção: Ocupando cerca de 1.730 km2, a área geográfica de produção do Cordeiro Mirandês / Canhono Mirandês DOP compreende os concelhos de Miranda do Douro, Mogadouro e Vimioso, do Distrito de Bragança.

História: A raça Churra Galega Mirandesa é tão antiga quanto a história do Planalto Mirandês. Foram os celtas que cruzaram as ovelhas autóctones com os carneiros que traziam, obtendo assim o primitivo tronco churro, do qual deriva a Churra Galega Mirandesa. É uma raça muito rústica e bem adaptada às condições geográficas e climatéricas do Planalto Mirandês e das Arribas do rio Douro. Os seus criadores foram adquirindo – e transmitindo de geração para geração – um «saber fazer» relativo à sua criação e condução dos seus rebanhos. A sua carne faz desde há muito parte da dieta das populações locais. Também a sua lã tem algum significado económico para a região.

Caderno de especificações (pdf)

Área geográfica

Agrupamento de produtores
Associação Nacional de Criadores de Ovinos da Raça Churra Galega Mirandesa

Organismo de controlo e certificação
Kiwa Sativa – Unipessoal, Lda.

Plano de controlo
Plano de controlo (pdf)

Publicação no jornal oficial da UE
Regulamento de Execução (UE) n.º 1034/2012 da Comissão – L308/9 08.11.2012
Publicação de um pedido em conformidade com o artigo 6.º, n.º 2, do Regulamento (CE) n.º 510/2006 do Conselho – C60/16 29.02.2012

Publicação em DR
Despacho n.º 26306/2009 – 03.12.2009
Aviso n.º 5555/2007 – 23.03.2007

 

Padrão da Raça Ovina Churra Galega Mirandesa: De acordo com o definido no Regulamento do Livro Genealógico, o ovino Churro Galego Mirandês é um animal com as seguintes características:

Aspeto Geral — pequena estatura e reduzida corpulência, de cor branca ou, menos frequente, preta. (distingue-se da Bragançana pela sua menor estatura e pelo seu velo mais comprido e extenso que cobre o bordo inferior do pescoço, o peitoral, o cilhadouro e a barriga);
Pele, velo e lã — Pele fina e untuosa, branca ou amarelada. Velo extenso e relativamente pesado; constituído por madeixas compridas e pontiagudas; cobre quase todo o corpo, deixando apenas a descoberto a cabeça e as extremidades livres;
Cabeça — em geral comprida, afilada, de perfil craniano subconvexo e deslanada; sem cornos nas fêmeas, os quais são frequentes nos machos, com forma espiralada e de secção triangular; olhos de tamanho médio e circundados por manchas pigmentadas de castanho escuro ou preto, nos indivíduos brancos, e brancas nos indivíduos pretos, distribuição pigmentar que se observa igualmente nas orelhas e lábios;
Pescoço — de má ligação ao tronco; comprimento médio mas pouco largo; coberto de lã em toda a sua superfície;
Ovina Mirandesa 2Tronco — pouco volumoso e estreito; costelas pouco arqueadas; garrote pouco saliente e espáduas achatadas; garupa um tanto curta e descaída, revelando fracas massas musculares; cauda comprida;
Úbere — globoso, com tetos bem implantados;
Membros — curtos, mas fortes, frequentemente pigmentados, assim como as unhas, que são rijas e de tamanho médio; deslanados nas extremidades livres;
Peso vivo — adulto: Machos – 40 a 45 kg; Fêmeas – 30 a 35 kg.

Fontes:
Sociedade Portuguesa de Ovinotecnia e Caprinotecnia
Ruralbit – Fotografias de Raças Autóctones
ACOM – Associação Nacional de Criadores de Ovinos da Raça Churra Mirandesa