Borrego Terrincho DOP

Descrição: A carne de Borrego Terrincho DOP, obtida a partir de animais da raça Churra da Terra Quente (popularmente designada de “terrincha”), é de cor muito clara, tenra, com gordura quase ausente e ainda com sabor a leite. Comercialmente, o Borrego Terrincho DOP apresenta-se em carcaças ou peças embaladas e refrigeradas. As carcaças só podem ser apresentadas nos meses de novembro, dezembro, janeiro, março, abril, junho, julho e agosto.

Método de produção: A alimentação dos borregos é feita à base de leite materno, podendo ser suplementada, a partir da 2ª semana, com feno e pastagens naturais. As mães estão sujeitas a um maneio alimentar tradicional. Os borregos são abatidos ao desmame, que se verifica da 3ª à 4ª semana de vida, devendo os animais apresentar um peso vivo inferior a 12 kg.

Características particulares: A Churra da Terra Quente é uma raça mediolínea de tripla aptidão: carne, leite e lã. Sendo o seu leite utilizado na produção do Queijo Terrincho DOP, a produção de carne centrou se na valorização dos borregos de leite, acabando estes por se tornar presença central na gastronomia local.

Área de produção: A área de produção do Borrego Terrincho DOP, situada na região denominada de Terra Quente e Vale do Douro Superior, coincide com a área geográfica do Queijo Terrincho DOP. Ocupando cerca de 4000 km2, engloba grande parte do distrito de Bragança (concelhos de Alfândega da Fé, Carrazeda de Ansiães, Freixo de Espada à Cinta, Mirandela, Mogadouro, Torre de Moncorvo e Vila Flor, parte dos concelhos de Macedo de Cavaleiros e de Valpaços), bem como alguns territórios dos distritos da Guarda (concelho de Vila Nova de Foz Côa, parte dos concelhos de Figueira de Castelo Rodrigo e de Mêda) e de Viseu (parte do concelho de São João da Pesqueira).

História: A especificidades edafoclimáticas e culturais da Terra Quente e Vale do Douro Superior (clima seco, solos em geral pouco profundos e xistosos, vastos montes e terrenos de pousio, vastas áreas de vinha, olival, amendoal e suas consociações) levaram a que as suas populações tenham desde sempre procurado no pastoreio um complemento para a atividade agrícola. Atendendo à sua facilidade de ajustamento à região, a raça Churra da Terra Quente (resultante do cruzamento das raças Mondegueira e Badana) foi, ao longo dos anos, ganhando proeminência no efetivo ovino da região. Datam do período medieval as primeiras referências ao uso do termo “churra” para designar ovinos que não possuem lã fina.

Caderno de especificações (pdf)

Área geográfica

Agrupamento de produtores
OVITEQ - Cooperativa dos Produtores de Carne de Ovinos da Terra Quente, C.R.L

Organismo de controlo e certificação
TRADIÇÃO E QUALIDADE - Assoc. Interprof. Produtos Agro-Alimentares de Trás-os-Montes

Plano de controlo
Plano de controlo (pdf)

Publicação no jornal oficial da UE
Regulamento (CE) n.º 1107/96 da Comissão – L148 21.06.1996

Publicação em DR
Despacho n.º 11/1994 – 26.01.1994
Aviso n.º 2601/2005 – 15.03.2005

 

Padrão da Raça Ovina Churra da Terra Quente

Churra Terra Quente rd 2De acordo com o definido no Regulamento do Livro Genealógico, o ovino Churro da Terra Quente é um animal com as seguintes características:

Aspeto Geral – Estatura média e cor branca.
Pele, Velo e Lã – Velo extenso, de madeixas compridas e pontiagudas; não reveste a cabeça, a extremidade livre dos membros e, por vezes, a barriga.
Cabeça – Comprida. Testa plana e com pequena poupa. Chanfro comprido e convexo, sobretudo nos machos. Cornos em ambos os sexos, em espiral mais ou menos aberta, rugosos e de secção triangular. Orelhas de tamanho médio e horizontais.
Pescoço – Pescoço estreito, revestido de lã, com barbela nos machos.
Tronco – Peito relativamente estreito; região dorso-lombar horizontal e de medidas transversais médias; ventre volumoso, sendo às vezes deslanado; garupa em regra pouco ampla e um pouco descaída.
Úbere – Úbere bem desenvolvido, globoso e com sulco mediano; tetos regularmente desenvolvidos e de regular inserção.
Membros– Membros finos, vigorosos, deslanados nas extremidades livres; nádega pouco desenvolvida; unhas rijas e pigmentadas.
Peso vivo adulto – Machos - 85 a 100 kg; Fêmea - 55 a 60 kg.

Fontes:
Sociedade Portuguesa de Ovinotecnia e Caprinotecnia
Ruralbit – Fotografias de Raças Autóctones
ANCOTEQ – Associação Nacional de Criadores de Ovinos da Churra da Terra Quente